Taxa Selic: entenda qual sua relação com os fundos imobiliários

Taxa Selic: entenda qual sua relação com os fundos imobiliários

A Taxa Selic influencia o preço de produtos e serviços que fazem parte do cotidiano da população brasileira. Além disso, ela também é muito relevante para quem realiza investimentos, seja na renda fixa ou na renda variável, já que eles apresentam uma certa correlação entre si, mesmo que de forma inversa.

Com a Selic em alta, os investidores tendem a migrar seu capital de forma mais relevante para a renda fixa, fazendo com que os ativos de renda variável possam ter uma fuga de capital, embora isso não seja uma regra a ser seguida por todo investidor. Mas afinal, o que é Taxa Selic e qual seu impacto nos fundos imobiliários?

O que é Taxa Selic?

A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia no Brasil. Ela é baseada nos títulos do Tesouro Nacional que são comprados e vendidos diariamente. 

Esse indicador, também chamado de taxa básica de juros, é um dos termos da economia que grande parte dos brasileiros já ouviu falar, embora nem todos saibam exatamente qual é o seu impacto na economia. Os jornais, por exemplo, estão sempre informando sobre a taxa de juros Selic, principalmente quando o governo anuncia uma mudança.

A Taxa Selic também é a taxa básica de juros utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais. A sigla SELIC é a abreviação de “Sistema Especial de Liquidação e Custódia”.

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Como funciona a Taxa Selic?

Esse sistema é um modelo computadorizado utilizado pelo governo, a cargo do Banco Central do Brasil, para que haja controle na emissão, compra e venda de títulos. O valor da Taxa Selic é obtido pelo cálculo da taxa média ponderada dos juros praticados pelas instituições financeiras.

A Taxa Selic se divide em dois tipos:

  1. Selic meta
  2. Selic over

No entanto, apesar de serem relacionadas, as duas variações da Taxa Selic são estabelecidas de forma diferente. A Selic Meta é a conhecida taxa determinada pelo Comitê de Política Monetária, o Copom. Esse órgão do governo é formado pela diretoria do Banco Central, onde o comitê se reúne 8 vezes por ano, ou seja, a cada 45 dias.

Isso é feito para definir se a taxa básica de juros da nossa economia deve subir, cair ou permanecer no valor atual. Sua definição é bem complexa e, muitas vezes, pode ser influenciada por fatores políticos. Além do mais, por ser um encontro fechado, não dá para saber ao certo qual será o resultado até que a decisão seja anunciada.

Já a Selic Over, também chamada de taxa realizada, representa a taxa que realmente se observa no mercado. Ela é definida diariamente, por meio de um cálculo que considera a média ponderada de todas as transações com títulos públicos feitas no sistema SELIC.

Este indicador existe porque não é possível determinar a taxa efetivamente praticada no mercado, já que bancos podem negociar as taxas livremente entre si. Por isso, a Selic meta, nesse caso, seria apenas uma referência para nortear as transações interbancárias. Definitivamente, as duas taxas são muito próximas.

Ao interferir no mercado da Taxa Selic, comprando e vendendo títulos, o Banco Central consegue influenciar os demais, que passam a praticar uma taxa próxima da meta. Deste modo, a taxa over é sempre ligeiramente inferior à taxa meta. Historicamente, a diferença entre as duas fica em torno de 0,10 ponto porcentual.

É essencial que a sociedade conheça a Taxa Selic hoje e entenda quais são os seus efeitos na economia e nos investimentos. Portanto, para garantir que um investimento tenha retorno acima da Selic, sempre escolha aplicações de bons emissores e que paguem rendimentos acima de 100% do CDI. Mas qual é a relação entre CDI e Selic?

Qual é a relação entre CDI e Selic?

A partir do histórico da Taxa Selic, é possível entender a relação entre a taxa básica de juros brasileira e os Certificados de Depósito Interbancário (CDI). A taxa do CDI costuma acompanhar a alta ou baixa da Selic, já que as duas estão indexadas a investimentos que concorrem entre elas. 

Essa concorrência é pelos recursos de instituições bancárias. Sendo assim, se a Selic for muito superior ao CDI, os bancos tendem a realizar investimentos em títulos públicos.

Se o contrário ocorresse, ou seja, a taxa do CDI estiver muito acima da Selic, os bancos preferem emprestar seu dinheiro às instituições concorrentes, já que as taxas de juros nesse tipo de operação estão associadas à taxa DI. 

Por conta disso, a Selic tende a ser acompanhada pelo CDI, evitando essa concorrência e um desequilíbrio na distribuição de recursos.

E à Taxa Selic e a Inflação?

A inflação brasileira, representada pelo IPCA, impacta diretamente em como serão as movimentações de alta ou de baixa da Taxa Selic. Por consequência, as instituições bancárias vão definir as taxas de juros que remuneram os investimentos que estão indexados ao CDI. 

A Selic tende a aumentar, à medida que os índices inflacionários crescem, uma vez que as autoridades financeiras entendem que um dos mecanismos para combater o aumento da inflação é a elevação da Taxa Selic. 

Assim, toda vez que a inflação fica acima do esperado pelo mercado, o Copom se reúne para decidir qual será o movimento da Selic, mesmo que seja para mantê-la no mesmo patamar.

Qual o impacto da Selic nos fundos imobiliários?

Por encarecer o crédito e diminuir a capacidade de investimento na produção de produtos e serviços para a população, a Taxa Selic impacta diretamente na economia do país. Além disso, ela também pode influenciar no desempenho dos fundos imobiliários.

A alta da Selic faz com que parte dos investidores tendam a migrar seus recursos para a renda fixa, já que por meio desses ativos, eles poderiam ter uma rentabilidade parecida (quando os juros estiverem em alta), mas sem precisar lidar com as oscilações de preço das cotas dos FIIs, já que este é um ativo de renda variável.

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No médio e longo prazo, no entanto, os fundos imobiliários que possuem seus contratos atrelados à inflação e ao CDI podem ter maiores rendimentos com este cenário, após o reajuste dos aluguéis.

No entanto, se o aluguel dos ativos para as empresas estiver muito alto, frente aos reajustes feitos por esses índices, há um risco do FII perder inquilinos, aumentando a possibilidade de vacância. Nesse caso, o cenário de Selic em alta acaba favorecendo os fundos imobiliários de papel, com seus rendimentos associados a essas variações.

Foi possível entender o que é Taxa Selic e qual o impacto dela nos fundos imobiliários? Deixe nos comentários suas dúvidas e sugestões.

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