Fundos de Infraestrutura: o que são e como funcionam?

Fundos de Infraestrutura: o que são e como funcionam?
Fundos de Infraestrutura: o que são e como funcionam?

Pode-se dizer que os fundos de infraestrutura são ativos de mercado bastante recentes, regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2019. Nesse sentido, esses ativos possuem diversas similaridades com os tradicionais fundos de investimentos imobiliários (FIIs).

Além disso, as cotas dos fundos de Infraestrutura (Fi-Infra) são negociadas na B3 com pagamentos regulares e isentos de imposto de renda. Como tal, o ativo tem despertado o interesse de muitos investidores, sendo uma ótima opção para aqueles que buscam uma renda estável com boa segurança e isenção de imposto de renda.

Como funcionam os fundos de Infraestrutura?

Os fundos de investimento em infraestrutura são listados em bolsa de valores desde junho de 2020, disponíveis ao público em geral. Eles possuem modelo de condomínio fechado e alguns requisitos, como alocação mínima para investimento em ativos de infraestrutura.

Nesse sentido, os gestores normalmente podem utilizar determinados tipos de ativos para uma carteira de portfólio, que são:

Importante destacar que apenas os fundos de Infraestrutura são destinados aos investidores em geral, os demais são apenas para investidores qualificados, ou seja, investidores que possuem mais de R$ 1 milhão investidos.

Sendo assim, nove tipos de fundos são oferecidos a clientes em geral que podem comprar ativos na bolsa. Esses fundos podem aplicar em fundos de investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e títulos de dívida de empresas privadas, conhecidos como debêntures incentivadas.

Além disso, esses ativos que podem ser formados em um fundo, estão isentos de imposto de renda e imposto sobre ganhos de capital.

Quais são as características dos fundos de Infraestrutura?

Embora possam investir tanto em renda fixa como em renda variável, os fundos de infraestrutura são definidos como ativos de renda variável. Dessa forma, a possibilidade de negociar o ativo em bolsa, dá a possibilidade de que o investidor possua flexibilidade e boa liquidez no mercado.

Além disso, pelo menos 85% do patrimônio líquido de um Fi-Infra deve ser colocado em ativos de infraestrutura e os principais setores de atuação desses fundos são: energia, água e esgoto, transmissão, rodovias, portos e aeroportos e telecomunicações.

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Por fim, pode-se comparar esses ativos com os FIIs (fundos de investimento imobiliários). Contudo, enquanto os FIIs se subdividem em fundos de tijolos, que investem em estruturas de imóveis físicos, ou papel, que investem em títulos de dívidas, os fundos de infraestrutura podem ser divididos de duas formas: o FIP-E (Fundos de Investimento em Participações de Infraestrutura) e o FI-Infra (Fundos de Investimento em Infraestrutura).

Os fundos de tijolos seriam como o FIP-E, dado que nesse caso, o investidor torna-se dono de uma porção do projeto e passa a receber dividendos pelo mesmo. Com isso, a diferença com relação a um FII de tijolo, é que no FII os dividendos são uma parte dos aluguéis de imóveis que compõem o fundo.

Assim o Fi-Infra se assemelha a um FII de papel. Pois nesse caso a receita é proveniente de títulos de dívidas onde o fundo investe. Desse modo, o fundo investe a maior parte em debêntures de infraestrutura, que devem representar no mínimo 85% da carteira desse fundo. Os outros 15% podem ser alocados em outros tipos de títulos de dívida, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Quais são as diferenças entre FII e fundos de Infraestrutura?

Comparando os FIIs e os fundos de Infraestrutura, é possível definir algumas diferenças quanto ao risco desses ativos. Enquanto um FII de papel, por exemplo, investe no setor imobiliário, um Fi-Infra realizará investimentos em projetos de infraestrutura. Nesse sentido, esses projetos costumam ter um prazo mais alongado.

Com isso, um Fi-Infra no geral, possui maior risco, pois investe em projetos de longo prazo e muitas vezes em debêntures que não possuem rating elevado, ou seja, triple AAA. Além disso, para obter um retorno maior, esses fundos podem investir em projetos com risco elevado de construção. Logo, esses fatores devem ser considerados para fins de tomada de decisão.

Lembrando que esses ativos possuem classificação de renda variável e possuem variação quanto ao preço de negociação, dado que são listados em Bolsa. Em outras palavras, esses ativos possuem marcação a mercado e risco de mercado.

Como investir nos fundos de Infraestrutura?

Como dito anteriormente, esses ativos são negociados em bolsa, hoje existem ao menos nove fundos de infraestrutura já listados. Um exemplo é o “BDIF11”, possuindo um patrimônio de  R$ 500 milhões, criado em abril de 2021.

É claro que o investidor deve avaliar os riscos envolvidos e toda estrutura de alocação e gestão do fundo. Dessa forma, caso queira alocar seus recursos em fundo de infraestrutura como esse, basta realizar a ordem de compra através de uma corretora ou banco, buscando o Ticker de negociação, no caso do nosso exemplo: “BDIF11”

Por fim, essa operação de alocação de recursos em fundo de infraestrutura pode também ser realizada junto ao seu assessor ou gerente de conta, é preciso pedir à sua instituição financeira que disponibilize as opções relacionadas ao produto e fazer a melhor escolha conforme o seu perfil.

Esse mercado de infraestrutura é bastante recente e deve aquecer bastante ao longo dos próximos anos com o suporte da iniciativa privada, dado que é uma forma muito interessante de se financiar utilizando o benefício da isenção fiscal para financiar obras e investimentos em infraestrutura.

Nesse sentido, os fundos de infraestrutura são uma ótima opção para diversificação de carteira, com potencial de retornos interessante para quem está buscando investimentos de médio e longo prazo, além de contribuir com o avanço da indústria e de toda infra estrutura nacional.

Contudo, é preciso avaliar muito bem em quais fundos de infraestrutura se colocará os recursos financeiros, dado os riscos potenciais envolvidos nesse tipo de produto. Nesse sentido, os investidores devem buscar mais informações sobre quais possibilidades de fundo de infraestrutura possuem à disposição junto à instituição financeira.

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foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado de ações, criptomoedas, fundos imobiliários e economia popular. Graduando em Engenharia Química pela Unesp, também já trabalhei como consultor financeiro.

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