Quais são as perspectivas para os fundos imobiliários em 2024? Veja opinião de gestoras
Veja as análise de gestoras de FIIs sobre como deve ser o mercado em 2024.
O cenário de investimentos em fundos imobiliários para 2024 deve ser melhor que em 2023. Pelo menos essa é a aposta de diversas gestoras de FIIs, que esperam resultados melhores com a queda da taxa Selic. Após chegar em 13,75%, a taxa básica de juros vai fechar o ano em 11,75%, com perspectiva de chegar a 9,25% ainda em 2024.
Com os juros mais baixos, a renda fixa torna-se menos atrativa para o investidor, que precisará tomar mais risco para obter retornos acima de 1% ao mês. Assim, os fundos imobiliários entram como opção rentável.
Como explica o Fator, responsável pela gestão do VRTA11, “existe uma grande correlação entre a taxa Selic e a expansão do mercado de fundos imobiliários, dado que com taxas de juros mais baixas os FIIs passam a ser mais atraentes para os investidores”.
Além disso, os gestores também acreditam que a queda da Selic ainda não está totalmente precificada. “Ainda há espaço para apreciação dos fundos”, acreditam os gestores do MANA11.
Para os fundos de tijolo, a Guardian Gestora, responsável pelo GALG11 vê um movimento positivo de maior apreciação das cotas, com dividendos batendo o CDI. Para os fundos de papéis, o cenário é mais positivo para aqueles que possuem ativos indexados à inflação.
FIIs estão cada vez mais atrativos em relação à renda fixa tradicional
A Faria Lima Capital, gestora do FLCR11, acredita no aquecimento dos investimentos em FII de CRI em 2024, com a continuação da queda da Selic, tornando os fundos de papéis cada vez mais atrativos em comparação à renda fixa.
Com a subida do preço das cotas dos fundos imobiliários, o gestor acredita que devemos ver novas ofertas com maior captação de recursos para o setor.
“A gestora tem a expectativa que ao longo do tempo, os investidores estão começando a aprender a diferenciar os diversos níveis de risco dos FII de CRI, e isso será levado em conta nos novos investimentos”, finaliza Vicente Nogueira.
Como complemento, o mercado de crédito também entra em uma seara mais positiva. Com a Selic em queda, existe um aumento do “apetite” das empresas em realizar novos investimentos, comenta Nicole Vieira, sócia da Polo Capital e responsável pelo PORD11.
“Assim, as emissões no mercado primário retornam e dessa forma é possível ter um reaquecimento do mercado, e os fundos de papel conseguem reinvestir sua carteira em ativos com ‘risco mais palatável’ do que antes”, comenta a gestora.
Alguns fundos de papel indexados à inflação podem ter desempenho melhor
Caso os juros continuem em queda, Pedro Klüppel, sócio da Guardian Gestora e gestor do GAME11, afirma que um dos efeitos mais visíveis deve ser a queda da rentabilidade dos produtos de renda fixa atrelados ao CDI.
“A volatilidade dos Índices de preço nos últimos 24 meses, além de um patamar de juros (spot e curva) bastante estressados, acabou por traumatizar os milhares de investidores pessoa física junto aos fundos de papel indexados à inflação.
Ao passo que os fundos com carteiras mescladas entre IPCA e CDI ou integralmente alocadas em CDI tiveram um melhor comportamento no mercado secundário e nos rendimentos pagos”, pontua o gestor do GAME11.
Ainda há espaço para apreciação das cotas dos fundos imobiliários
A TRX, responsável pelo TRXF11, acredita que ainda estamos no início de um ciclo favorável para os fundos imobiliários e que há ainda diversas oportunidades para aquisições de bons ativos por preços que não correspondem ao seu real valor.
Ou seja, a gestora acredita que “em algum momento esse gap deve se fechar, favorecendo aqueles investidores que persistiram e se anteciparam a esse movimento”.
A Manatí acredita que a queda das taxas de juros ainda não influenciou de forma completa os preços dos ativos. Em outras palavras, os gestores acreditam que isso traz oportunidades de investimentos.
Os fundos de tijolo podem se dar bem em 2024
Neste cenário, os fundos imobiliários que investem em imóveis tendem a se valorizar ainda mais em 2024.
O ano de 2024, na visão da BR Properties, será um ano marcante, pois a gestora crê que “todas as modalidades de FII serão beneficiadas, incluindo uma recuperação grande dos FII de escritórios corporativos que ficaram para trás comparado a outros ativos”.
Martin Jaco, CEO da BR Properties e responsável pelo BROF11, comenta que há fundos imobiliários de escritórios com descontos entre 30% a 45%. Porém, nem todos são boas opções de investimentos. Afinal, o investidor precisa entender as possíveis razões da queda dos preços desses FIIs.
“Uns estão com esses descontos por causa do problema de qualidade do seu portfólio. Outros fundos simplesmente estão descontados porque o mercado ainda não está no radar dos investidores, comenta Jaco.
Na visão do CEO, o investidor precisa ficar atento aos fundos imobiliários considerados “baratos” e possuem imóveis de qualidade e com alta taxa de ocupação.