FI-Infra: o que são os fundos de infraestrutura e por que estão ganhando espaço no mercado?

Lançados em 2020, os FI-Infra são uma opção de renda variável que visa incentivar o investimento privado no desenvolvimento da infraestrutura.

FI-Infra: o que são os fundos de infraestrutura e por que estão ganhando espaço no mercado?
Fundo Imobiliário TGAR11. Foto: Unsplash

Lançados em 2020, os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) são uma opção de renda variável que visa incentivar o investimento privado no desenvolvimento da infraestrutura no Brasil. 

Os FI-Infra investem em debêntures incentivadas, que são títulos de dívida emitidos por empresas para financiar projetos de infraestrutura. Ao adquirir essas debêntures, os fundos emprestam dinheiro às empresas e recebem pagamentos mensais de juros pelos empréstimos. 

Os valores são usados pelas empresas para financiar obras de infraestrutura. Os pagamentos feitos pelos emissores das debêntures compõem a receita dos fundos. Parte dessa receita é distribuída aos cotistas sob o formato de dividendos. 

Segundo Amanda Coura, analista da Suno Asset, a dinâmica do veículo é bastante parecida com os Fiagros e FIIs: são disponíveis para pessoas físicas a partir de um valor pequeno de aporte, com cotas na casa dos 100 reais, que podem ser compradas e vendidas no mercado secundário da B3 e pagam rendimentos mensalmente.

Recentemente, os fundos de debêntures incentivadas aumentaram sua captação de R$ 730 milhões por mês no período de julho a dezembro do ano passado para R$ 1,2 bilhão em janeiro e R$ 2,9 bilhões em fevereiro de 2024.

FI-Infra: vantagens e desvantagens

Para Coura, uma das principais vantagens dos FI-Infra é a isenção de imposto de renda, não só nos rendimentos distribuídos, como acontece com os fundos imobiliários e os do agronegócio, mas também no ganho de capital, em caso de venda de cotas com lucro. Isso acontece porque as debêntures incentivadas também são isentas. 

Além disso, esses fundos permitem ao investidor participar, com apenas um aporte, de uma diversidade de dívidas do setor de infraestrutura, diversificando seu risco em diferentes devedores. 

Entre outras características temos:

No entanto, como qualquer investimento, existem riscos. Segundo Amanda Coura, da Suno Asset, eles estão associados ao crédito, por alocarem seu capital em títulos de dívidas do segmento de infraestrutura.

“Assim, o investidor deve buscar opções de FI-Infra que contem com uma boa relação de risco e retorno, que tenham diversificação e contem com devedores com robustez e capacidade para honrar com os pagamentos das dívidas”, afirma 

SNID11: retorno médio de 13,7% ao ano 

Como exemplo, a analista cita o trabalho que a Suno Asset faz com o SNID11, FI-Infra de seu portfólio. “O fundo possui em sua carteira 17 ativos de crédito de emissores com excelente qualidade de crédito, diversificação nos setores alocados e na exposição por devedor, e uma carteira com rentabilidade média de CDI + 2,57%, resultando em um retorno médio de 13,7% a.a.”

Além disso, o SNID11 conta com retorno total – rendimento distribuído mais variação de cota no mercado – consistente e de baixa volatilidade, o que é traduzido em uma excelente relação de retorno para o nível de risco do fundo. 

O Fundo está disponível para o investidor geral desde fevereiro de 2023. Hoje, conta com mais de 5.700 cotista e distribui mensalmente um patamar de rendimento de R$ 1,15 por cota.

FI-Infra: novas debêntures e taxação de fundos exclusivos impulsionam mercado

Além da expansão de setores da economia aptos à emissão de debêntures incentivadas, a tributação dos fundos exclusivos também está impactando o mercado. De acordo com João Comine, analista da Suno Asset, grandes investidores que tinham recursos em fundos exclusivos estão transferindo esses valores para veículos com vantagens tributárias. 

Essa migração de investidores está afetando os preços dos ativos no mercado, como as debêntures incentivadas, que têm se valorizado desde janeiro, especialmente nas emissões de empresas mais sólidas, conhecidas como “investment grades”. 

“Após a tributação dos fundos exclusivos, uma quantidade significativa de capital tem migrado para outros investimentos em busca de benefícios fiscais. Os principais destinos têm sido ativos isentos, como CRI’s, CRA’s e debêntures incentivadas, além dos fundos de previdência privada, que também têm tributação favorável”, explica Comine.

Como investir em FI-Infra?

Para investir em FI-Infra, fundos de infraestrutura que investem em renda fixa e variável, você pode escolher entre duas modalidades: condomínio aberto e condomínio fechado.

Ambas as modalidades de FI-Infra oferecem oportunidades de investimento em infraestrutura, com a escolha entre liquidez imediata (condomínio aberto) ou a possibilidade de negociação na bolsa de valores (condomínio fechado).

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foto: Vinícius Alves
Vinícius Alves
Jornalista

Jornalista formado na Faculdade Cásper Líbero. Com passagens pela Agência Estado e Editora Globo.

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