Vamos falar sobre custo de oportunidade

Vamos falar sobre custo de oportunidade

Muito se fala em investir mensalmente em bons fundos imobiliários, reinvestir os dividendos e desenvolver o exercício da paciência para se ter bons resultados no longo prazo.

Nós mesmos, aqui no Fiis.com.br, somos propagadores e incentivadores desse tipo de comportamento para quem se interessa por essa categoria de investimentos.

No entanto, o que pouco se fala a respeito disso é que, para se investir bem e de maneira sustentável no longo prazo – não só nos fundos imobiliários, mas em qualquer que seja o ativo em questão – é necessário que se estabeleçam critérios de comparação entre os mais diversos produtos financeiros disponíveis no mercado.

Dito isso, o custo de oportunidade é um dos argumentos mais citados nesse tipo de temática, dado que esse é um dos critérios que ajudam o investidor a constatar, de maneira mais clara, o que o mesmo perderia caso decidisse investir em um ativo financeiro em detrimento de outro.

A título de ilustração, neste sentido, suponha-se que um investidor qualquer possua, por exemplo, um imóvel avaliado em R$ 500 mil destinado à locação para terceiros, mas que tal imóvel não esteja ocupado, ou seja, o mesmo não possua, naquele momento, um locatário usufruindo daquele espaço.

De maneira paralela, considere-se agora uma aplicação financeira de renda fixa e de baixíssimo risco, e que renda, por exemplo, 0,5% ao mês.

Nesse caso, tal cenário equivaleria à um retorno mensal de R$ 2,5 mil para esse mesmo montante financeiro, ou seja, R$ 500.000,00, caso tal quantia estivesse aplicada nesse mesmo ativo financeiro de baixíssimo risco.

Este, portanto, seria o valor que esse investidor abriria mão de “ganhar” enquanto o seu imóvel não estivesse alugado.

Cabe aqui um parênteses, haja vista que num cenário de vacância, o proprietário precisa ainda arcar com os custos inerentes que existem para se manter um imóvel, como IPTU e condomínio, além de eventuais reformas, por exemplo.

À vista disso, portanto, se o tempo de vacância, ainda no cenário acima, viesse a ser de, por exemplo, 12 meses, isso significaria que o custo de oportunidade dessa fictícia conjuntura contextual seria de, aproximadamente, R$ 30.800,00 (isso sem considerar IR e nem os custos operacionais do imóvel desocupado citados anteriormente).

Não bastasse, além de ser possível calcular o cenário fictício de uma vacância, conforme acima exemplificado, é possível, também, fazer a comparação da diferença de retorno que esse mesmo investidor teria com o aluguel desse mesmo imóvel em relação ao retorno dessa mesma aplicação financeira, caso o mesmo fosse alugado para um terceiro qualquer.

Não poderia deixar de ser mencionado, também, que é recomendável que se faça essa mesma conta referente ao custo de oportunidade de investimento com vários outros tipos de ativos, dado que a comparação entre eles é fundamental para que o investidor consiga desenvolver o seu próprio senso crítico e suas competências individuais de análises de maneira cada vez mais lógica e coesa.

Acreditamos que não tomar muitas atitudes levianas e precipitadas ao longo do tempo é um fator primordial para que os investidores comuns pessoa física consigam resultados expressivos no longo prazo e, assim, ficar atento ao tal custo de oportunidade é uma atitude bastante interessante a se tomar.

Para finalizar, vale lembrar ainda que cada tipo de investimento possui diferentes tipos de riscos, e os seus respectivos custos de oportunidade, portanto, tendem a possuir “pesos” diferentes, a depender da abordagem de investimentos que cada indivíduo se dispõe a seguir.

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foto: Rafael Campagnaro
Rafael Campagnaro

Engenheiro mecânico por formação, estuda e investe no mercado de capitais desde 2016. Entusiasta do Value Investing, trabalha com produção de conteúdo informativo e educacional para o mercado financeiro desde que iniciou no universo das finanças. Acredita que o mercado de capitais é uma das alavancas que contribuem para o desenvolvimento da humanidade.

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