Apesar da Selic, os fundos imobiliários podem crescer muito, diz gestor da Fator
Apesar das leves frustrações do mercado com a política monetária brasileira, os fundos imobiliários vivem um momento interessante e podem crescer muito, de acordo com o head de FIIs da Fator, Rodrigo Possenti. A declaração ocorreu durante uma palestra no 13° Seminário de Gestão de Investimentos da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).
Durante o painel, Possenti falou sobre as perspectivas para o mercado de fundos imobiliários, com ênfase nos FIIs de papel, que são aqueles que investem em títulos imobiliários como CRIs, LCIs e LHs. Segundo o especialista, apesar da redução da taxa Selic estar correndo em um ritmo menor do que o esperado, as perspectivas de queda dos juros são um ponto positivo de atenção para o segmento neste ano.
“Vivemos um momento interessante para o mercado de fundos imobiliários. Apesar de enfrentarmos uma pequena frustração, com o ritmo menor que o previsto da queda de juros, ainda assim é interessante olhar para essa classe de ativos devido ao valor atraente do atual patamar de preços”, disse o head de fundos imobiliários da Fator.
Além disso, Possenti destacou ainda os impactos da nova legislação que veda a emissão dos CRIs de companhias não relacionadas ao setor imobiliário e amplia os prazos mínimos de investimento em LCAs e LCIs. “Tem menos CRIs, menos CRAs, as LCIs e LCAs agora têm prazos diferentes, o que acaba gerando um fluxo de recursos para os fundos imobiliários”, avalia Possenti.
Em meio a este cenário, o especialista acredita que os FIIs devem ganhar ainda mais força e liquidez, se tornando mais interessante para novos investidores. “Essa classe de ativos pode vir a crescer muito […] a gente saltou para 2,7 milhões de cotistas no pior momento, porque temos juros em alta e pulverização de crédito. Isso mostra a força e o interesse da pessoa física por esse mercado”, disse o gestor.
A Fator Asset é responsável pela gestão dos FIIs VRTA11 e VRTM11.
Private equity, fundos imobiliários de tijolos e investimentos nos EUA
O painel “Investimentos alternativos: oportunidades, desafios e estratégias para diversificar os portfólios”, contou ainda com a participação de Rodrigo Buti, Gerente de Relacionamento e Desenvolvimento de Produtos do BNP Paribas, Mauro Lima, Sócio-Diretor da Inter Asset e Filipe Caldas, Fundador da Carbyne Investimentos.
O otimismo em relação aos FIIs no país foi reforçado pelo especialista do BNP Paribas, que comparou o segmento de fundos imobiliários brasileiro com o mercado norte-americano. Segundo ele, o patrimônio total desta categoria no Brasil é de R$ 169 bilhões, enquanto nos EUA já ultrapassa a casa de US$ 1,5 trilhão, o que mostra o potencial de crescimento do mercado local.
O sócio-diretor da Inter Asset falou sobre o mercado de FIIs de tijolo e destacou que “seguir o efeito manada” é um dos maiores riscos de investir em fundos imobiliários.
“Passamos pela pandemia e vivemos lições que nem todos aprenderam. Todo mundo saiu vendendo papéis de shoppings e compraram logística […] efeito manada é muito perigoso. Quem vendeu escritório e shopping lá atrás, provavelmente perdeu dinheiro”, declarou Lima, que lembrou ainda que é fundamental olhar para o longo prazo.
Além dos fundos imobiliários, a palestra contou ainda com uma explicação sobre o mercado de private equity, feita pelo fundador da Carbyne Investimentos. Durante o painel, Caldas classificou os private equities em quatro segmentos: venture capital, growth, buyout e situações especiais. Segundo ele, as empresas jovens e com potencial de expansão acelerado, que se encaixam na categoria de growth, são as mais interessantes no mercado brasileiro atualmente.
(Colaboração: Repórter Giovanna Oliveira)