Dividendos de alguns FIIs podem ser impactados nos próximos 2 meses; Veja quais!
O Itaú BBA divulgou seu relatório setorial de ativos financeiros, trazendo sua perspectiva sobre os fundos imobiliários, abordando a temática de dividendos, dados de mercado e os impactos das projeções macroeconômicas nesses ativos.
O Itaú diz que a distribuição de dividendos dos fundos imobiliários com seus portfólios indexados ao IPCA deve ser negativamente impactada nos meses de setembro e outubro.
Com o cenário de queda nos proventos dos fundos imobiliários de curtíssimo prazo, o banco observou que o mercado “resolveu antecipar esses impactos e foi às vendas, trazendo as cotações dos FIIs de ativos financeiros indexados ao IPCA para baixo”.
De forma geral, o Itaú acredita que a queda de rendimentos de FIIs vai ser pontual. Sendo assim, a empresa continua otimista com esse tipo de fundo, já que em suas recomendações existem inúmeros portfólios que estão fortemente expostos ao IPCA.
Essa estimativa se baseia na visão de que a distribuição mensal de dividendos reflete o desempenho de seu indexador com um ou dois meses de defasagem.
O relatório setorial de ativos financeiros lembra que o mercado financeiro vive um momento turbulento, sobretudo para aqueles que foram os “grandes vencedores da pandemia”, aponta o Itaú BBA.
Apesar de um cenário de pressões inflacionárias, no mês de julho se registrou deflação de 0,68%, e a previsão do Itaú BBA é de que o IPCA continue no campo negativo em agosto, com projeção de queda de 0,16%.
Segundo a instituição, as carteiras indexadas ao CDI conseguiram aumentar os dividendos dos FIIs e permanecem como boas opções para composição de portfólio. Destaca-se no relatório que esses ativos surfaram no ciclo de aperto monetário, que parece ter chegado ao fim.
Além disso, os fundos imobiliários de ativos financeiros permanecem expandindo seus portfólios, o que fez com que eles ganhassem mais espaço no IFIX.
A empresa destaca que dos dez FIIs mais líquidos do mercado atual, oito deles são fundos de ativos financeiros. Além disso, dos onze fundos que compõem seu portfólio, quatro são dessa classe que, somados, representam 45% do peso total da Carteia Renda com imóveis.
Como a inflação e os juros impactam os dividendos dos FIIs?
Os dividendos de FIIs de ativos financeiros vêm do pagamento de juros e correção monetária referente a cada um dos CRIs e dos outros ativos investidos. Os CRIs podem ser indexados a índices inflacionários ou também ao CDI.
Segundo o Itaú BBA, esses componentes são variáveis, desse modo, essas variações nos rendimentos dos fundos imobiliários pagos com o decorrer do tempo são naturais. Apesar disso, essas oscilações não são imediatas.
No contexto dos FIIs com ativos indexados à inflação, os CRIs que fazem parte da carteira refletem, de forma aproximada, as variações do indexador nos dois meses anteriores à apuração de resultados.
A dinâmica no caso dos portfólios indexados ao CDI é a mesma, no entanto, a taxa de juros, por meio da Selic, tem oscilações menores que o resultado mensal dos índices de inflação. Além disso, com meses de deflação, os dividendos dos FIIs com ativos indexados ao IPCA podem ser impactados de forma negativa, refletindo nos pagamentos de setembro e outubro.