Fiagro “investe forte” em ativo com retorno de CDI + 6,2%; entenda a operação

Fundo deve aumentar a taxa da sua carteira, enquanto a empresa tem uma nova fonte de financiamento

Fiagro “investe forte” em ativo com retorno de CDI + 6,2%; entenda a operação

O AZ Quest Sole Fiagro (AAZQ11) “investiu pesado” em novo Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) em seu portfólio. Segundo matéria publicada pelo Globo Rural, o fundo pagou R$ 26,5 milhões no ativo ligado à empresa Tropical Vitivinícola. 

Com taxa de CDI + 6,2%, o fundo vai aumentar o retorno da sua carteira, enquanto a empresa poderá mais que dobrar sua área de cultivo de uvas nos próximos cinco anos. Além de estender sua área produtiva, a Tropical quer saldar débitos anteriores.

A operação terá um ano e meio de carência. Após esse prazo, o Fiagro receberá mensalmente os juros da dívida da empresa. A estruturação do CRA possui garantias, como os imóveis da empresa localizados em Santa Maria da Boa Vista (PE) e recebíveis relacionados à produção.

O CRA da Tropical Vitivinícola será a maior posição na carteira do AAZQ11. Até então, o maior investimento do Fiagro estava no CRA Pulverizado SIAP, com investimento de R$ 23,4 milhões e taxa de retorno CDI + 6,5%. 

O AAZQ11, gerido pela AZ Quest, possui um patrimônio líquido de R$ 232,22 milhões. Neste mês de outubro, o fundo distribuiu um rendimento de R$ 0,12 por cota, o equivalente a um dividend yield de 1,28%. Até o momento, o Fiagro possui mais de 18 mil investidores. 

Além disso, o AZ Quest Sole possui uma carteira diversificada em diferentes setores da cadeia do agronegócio, tais como fertilizantes, biodiesel, bioinsumos, crédito de carbono, laticínios, irrigação e etc.

Fiagro como fonte de investimento no agronegócio brasileiro

Se por um lado o Fiagro é lucrativo para o investidor que deseja rendimentos mensais isentos de imposto de renda, para o lado das empresas produtoras, os fundos tornam-se fontes de financiamento.

Segundo o diretor de agronegócio da Suno, antes do Fiagro, todo o financiamento do agronegócio brasileiro vinha de subsídio público. Posteriormente, esse financiamento passou a vir através do Plano Safra, cuja participação atual é de aproximadamente 40% da demanda total de crédito nesse setor.

Para que o restante dessa demanda fosse atendida, os produtores rurais tiveram que buscar novas alternativas no mercado de capitais. 

Foi nesse contexto que surgiram os CRAs e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), embora eles não tenham ganhado uma grande tração.

Octaciano diz que esse problema foi resolvido com o Fiagro, principalmente em razão de sua liquidez, já que suas cotas podem ser negociadas no mercado secundário, possibilitando recursos para os produtores rurais.

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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