Fiagro explica por que cortou seus dividendos em 40%; veja motivos
Um Fiagro explicou os motivos que fizeram com que ele cortasse seus dividendos em 40%. Veja os motivos disso e as expectativas da gestão.
O Fiagro RURA11 anunciou seu novo relatório gerencial, explicando aos investidores os principais motivos pelos quais anunciou recentemente uma queda em seus dividendos de 40%.
Um dos esclarecimentos trazidos sobre os dividendos do RURA11 foi sobre por quanto tempo o valor vai ser reduzido.
A gestão diz que a diminuição de 30% a 40% dos valores distribuídos em relação à média histórica vai ser temporária, com previsão para perdurar no último trimestre de 2024, durante 3 meses, com perspectiva de voltar aos patamares anteriores de forma gradativa a partir de 2025.
Outra indagação foi sobre os motivos que levaram a queda no rendimento do RURA11, no patamar de 30% a 40%, considerando que somente 4,3% do portfólio tem alguma questão relacionada a crédito e outros 2,6% se encontram em watchlist.
A gestão destaca que, em razão da forma contábil dos Fiagros, uma provisão para possíveis perdas impacta o resultado passível de distribuição do fundo, gerando a necessidade de recomposição.
A provisão atual feita no RURA11 corresponde a cerca de R$ 18,3 milhões. Como o lucro líquido contábil mensal do Fiagro está na média de R$ 17 milhões por mês, esse valor médio reduzido em 40% em 3 meses é suficiente para fazer o prejuízo zerar, e gerar a possibilidade de formação de uma pequena reserva adicional ao valor provisionado.
A carteira de ativos do RURA11 continua saudável?
Primeiramente, a gestão do fundo RURA11 destaca que a carteira de 61 devedores do FIagro, cujo valor é de R$ 1,6 bilhão, continua em sua maior parte “saudável e adimplente”.
Nesse sentido, 4 créditos específicos vêm gerando preocupação na gestão do fundo, embora estes estejam em diferentes níveis para cada um dos créditos, que somam um volume de aproximadamente R$ 110 milhões, ou 6,9% do patrimônio total do RURA11.
O desconto do valor de mercado em relação à cotação patrimonial é atualmente de R$ 435 milhões.
Nesse contexto, a gestão diz que mesmo que o fundo perca 100% dos 4 créditos citados, o que não é algo esperado, se a preocupação do mercado for a inadimplência total desses CRAs, poderia haver uma perda adicional de R$ 325 milhões, equivalente a 20% do patrimônio líquido do Fiagro RURA11.
A perspectiva da gestão do RURA11 é de que “esse cenário de perda é bastante pessimista e não se coaduna com a qualidade do fundo”, levando em conta a carteira atual, sua inadimplência e outras características.