Fiagros: SNFZ11 aposta na valorização agrícola e infraestrutura para impulsionar resultados
O Suno Fazendas (SNFZ11), iniciativa da Suno Asset no mercado de Fiagros com foco na valorização patrimonial, manteve a trajetória de crescimento em novembro, segundo o analista João Vitor Franzin, com distribuição de R$ 0,055 por cota, em linha com os meses anteriores. O lucro por cota superou os R$ 0,06, garantindo uma reserva de lucros para o fundo. “Tivemos R$ 360 mil de resultado no mês, enquanto a distribuição foi de R$ 341 mil”, cita Franzin em live do canal da Suno Asset.
Com isso, o fundo alcançou dividend yield anualizado de 6,83%. Por usa vez, o yield da carteira foi em torno de 7,88% ao ano.
A Fazenda Coliseu, ativo do fundo, foi um dos principais vetores de valorização. O valor do arrendamento recebido aumentou 13% em novembro, impulsionado pela alta no preço da soja no mês anterior. O contrato do fundo estabelece que o valor do arrendamento seja equivalente a 25% da produção de soja na safra de verão, convertida para reais com base na cotação da saca.
“Com o aumento de cerca de 13% no preço da soja, o valor do arrendamento também subiu na mesma proporção. Para dezembro, já prevemos uma alta adicional de 8,7%, pois o preço da soja seguiu em alta em novembro”, explica o analista.
Cotação SNFZ11
Fiagros: SNFZ11 mira irrigação e infraestrutura férreas para destravar valor
A tese de investimento do Suno Fazendas se apoia na valorização das terras agrícolas no Brasil, com perspectivas otimistas para a Fazenda Coliseu. Enquanto o CDI acumulou 70% nos últimos 15 anos e o Ibovespa ficou negativo em 15%, as terras agrícolas de algumas regiões, como Balsas (MA), valorizaram mais de 500%.
“Entendemos que as terras agrícolas continuarão a se valorizar no longo prazo, e nossa expectativa é que a Fazenda Coliseu valorize ainda mais que a média”, afirma Franzin.
Segundo ele, essa aposta se justifica pela expectativa de melhoria na infraestrutura da região. Dois fatores centrais reforçam a perspectiva de valorização do ativo: a implantação de um sistema de irrigação e o avanço de uma nova ferrovia no Mato Grosso.
Sistema de irrigação e valorização do solo
Embora a Fazenda Coliseu ainda não possua irrigação, o plano é implementar o sistema nas próximas safras. Franzin destacou o potencial de valorização que a irrigação traz para as terras agrícolas.
“O sistema de irrigação pode aumentar a produtividade em até quatro vezes, além de permitir o cultivo de uma safra extra por ano em algumas culturas”, explica. No entanto, ele ressaltou que a implantação de um sistema de irrigação é demorada e requer uma infraestrutura robusta, mas o potencial de retorno justifica o investimento.
Os benefícios destacados incluem:
- Redução de riscos climáticos: controle do fornecimento de água, mitigando perdas por estresse hídrico;
- Uso eficiente do solo: possibilidade de até três safras ao ano;
- Diversificação de culturas: capacidade de plantar espécies de maior valor agregado;
- Sustentabilidade: uso eficiente da água, com redução de desperdícios.
Avanço da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO)
Outro fator relevante para a valorização da Fazenda Coliseu é a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO). Parte da obra já está em andamento, com 30% das obras concluídas. O trecho em execução liga o município de Água Boa (MT) a outras regiões logísticas estratégicas.
A localização de Gaúcha do Norte (MT), onde fica a Fazenda Coliseu, é um diferencial. A cidade está a apenas 277 km de Água Boa, o que aproxima a fazenda do modal ferroviário. A expectativa é de que, até 2028, o trecho em obras esteja concluído, e uma nova fase de expansão da ferrovia conecte Água Boa a Lucas do Rio Verde, cidade próxima de Gaúcha do Norte.
“Acreditamos que a ferrovia pode gerar uma economia de 25% no custo de frete, o que deve aumentar a demanda por terras na região e, consequentemente, valorizar ainda mais o ativo do fundo”, concluiu Franzin.
Fiagros: veja a live do SNFZ11
A escolha dos ativos do Fiagro é feita com base em fatores macroeconômicos e microeconômicos. Um exemplo é a primeira aquisição do fundo, a fazenda Coliseu, com mais de 800 hectares, dos quais 67,63% são destinados à lavoura, enquanto o restante permanece com vegetação nativa.