FII caro tem queda após CVM questionar movimentação atípica

O fundo RBOP11 registrou forte oscilação nos últimos dias e negociação acima da média, o que chamou a atenção da CVM.

FII caro tem queda após CVM questionar movimentação atípica
Fundo de lajes corporativas negocia abaixo do valor de mercado - foto: iStock

O FII RBOP11, um dos fundos imobiliários mais caros do mercado em termos de valor unitário, registrou queda de 8% no pregão de hoje, depois de ser questionado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a respeito de uma movimentação atípica no pregão da última sexta-feira (1º).

O RBOP11 fechou hoje em queda de 8%, cotado a R$ 391,00. Na sexta, havia encerrado as negociações com o preço de R$ 425,00, alta de 20,61% em relação ao fechamento da véspera, de R$ 352,39. Além disso, até as 16h30, o fundo havia registrado mais de R$ 475 mil em volume diário de transações, com a negociação de 1.149 cotas, sendo que geralmente as negociações ficam em torno de 100 cotas diárias.

A CVM enviou questionamento sobre a movimentação e a valorização atípicas, com prazo de resposta até esta segunda-feira (4). A Rio Bravo, que faz a administração e a gestão do fundo imobiliário RBOP11, respondeu por volta das 15h, informando que desconhecia a existência de um fato específico que tivesse originado tanto a forte valorização como a negociação acima do volume típico. A gestora informou ainda que os volumes podem refletir “as expectativas dos investidores em relação à futura performance das cotas do Fundo”.

Com baixa liquidez, o fundo não faz parte do IFIX, o índice de negociação dos fundos imobiliários. No pregão desta segunda, abriu novamente em alta, chegando a R$ 429,90, para depois cair fortemente no fim da manhã, até o piso de R$ 390,00, oscilando de forma mais leve durante a tarde.

FII caro: conheça mais sobre o RBOP11

Com patrimônio líquido de R$ 80,1 milhões, o RBOP11 é um fundo de lajes corporativas dividido em apenas 101.644 cotas, mas com um número razoável de investidores para fundos desse patamar de preço unitário mais alto, acima de 3.500 cotistas. Além disso, ainda negocia com forte deságio, como boa parte do setor de escritórios: com valor patrimonial por cota de R$ 788,05, seu P/VP é de 49,6%, o que justificaria a atenção de investidores em busca de ganho de capital.

Sua distribuição de dividendos foi de R$ 2,90 por cota em janeiro, o que representou um dividend yield anualizado de 10,9% considerando o preço-base de R$ 320,01 no dia do anúncio do pagamento, no começo de fevereiro. A gestão projeta esse valor como guidance para o restante do primeiro semestre.

O fundo detém a propriedade do edifício Vicente de Araújo, na região central de Belo Horizonte (MG), que registrava apenas 18% de ocupação até meados de fevereiro; e de uma área de 748 metros quadrados no Edifício Manhatthan Tower, no centro do Rio, que foi locada no mês passado ao BRB – Banco de Brasília, com projeção de impacto superior a R$ 1 por cota assim que superado o período de carência, de 180 dias.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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