FIIs de CRI possuem 44% de participação no IFIX: entenda

FIIs de CRI possuem 44% de participação no IFIX: entenda

Os fundos imobiliários de papel, também chamados de FIIs de CRI, assumiram grande relevância no mercado imobiliário. Com investimentos focados na dívida do setor imobiliário, esses fundos cresceram em número de investidores, valor patrimonial e atualmente possuem 44% de participação no IFIX. Mas por que isso acontece?

No gráfico abaixo produzido pela Hedge com dados disponibilizados pela Bloomberg, é possível observar o crescimento dos fundos de papel dentro do IFIX, chegando ao seu auge em 2022:

FIIs de CRI. Fonte: Hedge/Bloomberg

Segundo o analista CNPI e especialista em FIIs, Marcos Baroni, existem 3 motivos principais para os fundos imobiliários que investem em CRIs estarem tão fortes dentro do IFIX.

1) Aumento de emissões de cotas nos FIIs de CRI

Em primeiro lugar, existiu nos últimos meses uma janela favorável ao segmento. Entre meados de 2021 até os dias atuais, grande parte dos FIIs de Tijolos e Fundos de Fundos (FOFs) negociavam com desconto ante o valor patrimonial.

Com isso, o volume de emissão de cotas reduziu, o que afetou sua participação no índice principal índice de fundos imobiliários.

Por outro lado, os FIIs de CRI pegaram a maior fatia do mercado e fizeram muitas emissões nos últimos meses, aumentando seus patrimônios. Com isso, os fundos de papel ganharam robustez e tornaram-se maiores na indústria de fundos imobiliários.

2) Dividendos maiores

Em segundo lugar, os rendimentos elevados também explicam o aumento da relevância dos FIIs de CRI no IFIX. Diante do avanço inflacionário registrado nos últimos anos – especialmente após a pandemia – esses fundos pagaram rendimentos bem acima do IPCA, oferecendo prêmios vantajosos.

Ou seja, com mais emissões de cotas e dividendos maiores, os FIIs de CRI ganharam mais atratividade.

3) Ativos de renda fixa

Por último lugar, Baroni acredita que a maior facilidade de compreensão das operações (CRIs) por parte dos investidores, também contribuiu para os FIIs de CRI assumirem maior participação no IFIX.  Considerando que os ativos são de Renda Fixa – há uma melhor identificação em relação aos investidores.

Além disso, é comum os investidores compararem o dividend yield dos fundos de papel com o retorno dos produtos de renda fixa.

E como os FIIs de CRI tornaram-se melhores pagadores de dividendos com o aumento inflacionário, assumir que os FIIs de CRI possuem ativos de crédito, pode ter melhorado ainda mais identificação dos investidores com essa classe de ativos.

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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