Fundo imobiliário MGHT11 conclui venda milionária de imóvel; dividendos vão voltar?
Fundo imobiliário MGHT11 vende hotel na Vila Madalena; veja quais os impactos para os cotistas, que estão sem receber proventos.
O fundo imobiliário MGHT11 anunciou a finalização da venda de um imóvel localizado na Vila Madalena, em São Paulo, onde atualmente funciona o Hotel Vila Madalena. A transação foi feita por R$ 18 milhões, valor considerado abaixo da última avaliação do ativo.
Essa operação deve gerar um impacto negativo de aproximadamente R$ 17,86 por cota no fundo, refletindo a diferença entre o preço de venda e o valor estimado do imóvel. A negociação foi realizada com a KPC Copacabana Empreendimento Imobiliário, após aprovação em assembleia convocada por consulta formal.
O pagamento do valor total foi estruturado de modo que R$ 12 milhões fossem pagos à vista, no momento da assinatura da escritura pública, enquanto os R$ 6 milhões restantes serão parcelados em 12 prestações mensais de R$ 500 mil, reajustadas pelo IPCA. A primeira parcela vencerá 30 dias após o registro da escritura.
A escritura inclui uma cláusula de alienação fiduciária em garantia, que assegura o imóvel em favor do MGHT11 até a quitação integral do valor devido. O imóvel foi avaliado recentemente por R$ 22,15 milhões, mas a avaliação levou em conta outros critérios, como o investimento que seria necessário para o FII realizar reformas que pudessem tornar o empreendimento mais atrativo no mercado.
Entre essas obras estão incluídas a ampliação de 46 para 60 quartos e a adequação de 20 unidades sem banheiro privativo. Contudo, mesmo após essas melhorias, acredita-se que a geração de receita líquida operacional não teria um potencial expressivo para os cotistas. Assim, a gestão optou pela venda abaixo do preço, diante da necessidade de recursos rápidos e das dificuldades em gerar caixa ou captar recursos de forma orgânica.
Fundo imobiliário vende hotel: principais implicações para investidores
A venda do imóvel na Vila Madalena altera o cenário de valorização e retorno do MGHT11, indicando uma mudança na estratégia de gestão do fundo e reforçando a busca por liquidez em meio às limitações de geração de caixa do ativo.
A partir de agora, o fundo passa a deter apenas um imóvel, um hotel em Búzios (RJ), avaliado em R$ 22,4 milhões segundo a última atualização patrimonial. Os recursos devem ser para quitar um CRI atrelado ao hotel, que está inadimplente, acarretando “elevado risco de execução e consequentemente perda parcial, ou até mesmo total, do imóvel” segundo a gestora.
O fundo ainda detém um lote de CRIs emitidos pela Selina, operadora anterior das unidades hoteleiras, que estão inadimplentes, assim como o aluguel devido pela empresa antes de entrar em recuperação judicial. Em julho, o fundo imobiliário MGHT11 registrou prejuízo de R$ 137,9 mil e não tem projeção para retomar a distribuição de dividendos.
