Fundos imobiliários despencam em 2023; conheça as razões
Por que as cotas dos fundos imobiliários estão em queda? Veja a análise de gestor.
Em conversa com Daniel Caldeira, da Mogno Capital, o gestor do CYCR11, Danny Gampel, explica sua visão sobre a queda das cotas dos fundos imobiliários em 2023. “As cotas estão depreciadas devido à taxa de juros”, comenta o gestor no canal do FIIs.com.br no Youtube.
O especialista complementa que a partir de um cenário de juros elevados, a atratividade dos investidores para comprar um imóvel ou mesmo investir em um FII fica menor.
“A fuga de cotistas do mercado de fundos imobiliários é alta. E quando isso acontece, as cotas caem”, destaca Gampel. Com a Selic no patamar atual, os investidores tendem a valorizar os investimentos de menor risco.
Porém, o gestor ressalta que o IFIX mostra só mostra “sobe e desce” das cotas. Nos últimos 12 meses, o índice acumula um retorno negativo de 4,55%. No mês de março, o IFIX está caindo 2,57%.
Mas o investidor de fundos imobiliários deve priorizar a renda dos fundos, aponta o gestor do CYCR11. “Isso é que difere da renda fixa. Nos FIIs você recebe os rendimentos com isenção de imposto. Estamos falando de renda mensal”, destaca.
Justamente devido ao caráter gerador de renda dos fundos, o gestor comenta que o FII não deve ser olhado só pelo viés da cota, mas pelo potencial de rendimento do fundo e o retorno da carteira.
Queda dos fundos imobiliários e as oportunidades do mercado
Quando o IFIX cai e as cotas estão pressionadas, existe também a oportunidade de comprar ativos descontados. Mas isso deve ser realizado com critérios.
Gampel ressalta que mesmo em um cenário de muita pressão vendedora, o investidor precisa saber a razão da queda dos fundos, afinal, existem ativos que realmente estão com problemas.
“A gestora pode ter errado na condução do fundo ou até mesmo a alta inadimplência de alguns ativos de crédito”, ressalta o gestor do CYCR11. Porém, muitas quedas não estão relacionadas a fatos negativos dos fundos. É exatamente aí que está a oportunidade.
Por outro lado, Gampel não acredita que a Selic ficará em alta durante todo o ano de 2023: “o país não vai conseguir se sustentar com uma taxa de 13,75%”.
Em um cenário de recuperação econômica, é muito provável que inúmeras pessoas voltem os olhos para os fundos imobiliários, e as cotas vão se valorizar. “E quem já estava investindo em ativos descontados, pode colher ganhos maiores no futuro”, finaliza Gampel. Assista a entrevista completa: