Investidores entram na pauta da disputa pela prefeitura de SP
Os investidores da bolsa ainda são assunto raro nas disputas pela prefeitura da cidade de São Paulo, sede da B3 e do mercado de capitais do Brasil. O candidato Pablo Marçal (PRTB) quebrou essa dinâmica ao falar diretamente ao público investidor em sua entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (2/9).
Somente Marçal e o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (PSD) possuem alguma menção ao investimento no mercado de capitais e educação financeira em seus planos de governo.
Em seu plano de governo, o candidato Pablo Marçal destaca em seu plano de governo um tópico de ‘educação financeira e empreendedorismo’. Nesse trecho, ele relata que seu plano é “implementar a educação financeira no currículo escolar para que os alunos adquiram conhecimentos sobre gestão de finanças pessoais, investimentos e empreendedorismo”.
O candidato visa “incentivar o espírito empreendedor nas escolas através de programas e projetos que ensinem os jovens a criar e gerenciar seus próprios negócios”. O documento atesta que ‘a educação financeira na escola está associada a melhores decisões financeiras na vida adulta’.
No Roda Viva, Marçal afirmou que “na Europa mais de 70% das pessoas investem. Nos EUA, mais de 50% das pessoas investem. No Brasil, 3%. Sabe o que significa isso? Não te ensinaram a mexer com dinheiro na escola pública. Eu vou te ensinar. Sabe por que? Essa é a maior bandeira para prosperar neste país.”
No caso de Nunes, do PSD, o atual prefeito de São Paulo e também candidato ao pleito tem um tópico intitulado “Pra frente com Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Empreendedorismo”.
Nesta parte, consta: “Implementamos ações para fomentar o desenvolvimento econômico, o trabalho e o empreendedorismo na cidade, promovendo a inclusão socioprodutiva de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica mediante o apoio à qualificação profissional e o estímulo ao cooperativismo e ao associativismo de grupos informais e de pequenos negócios, dentre outras medidas”.
Segue o plano de governo: “Simplificamos o processo e reduzimos o tempo de abertura de empresas de 100 dias para 17 horas e criamos espaços de coworking público (TEIAS) e salas de gravação de podcast e videocast (Sampa Cast), principalmente nas periferias e territórios vulneráveis. Impulsionamos a competitividade e a produtividade dos pequenos negócios, disponibilizando opções de crédito e educação financeira, além do aporte financeiro sem contrapartida ou custo para o empreendedor no valor de até R$ 45 mil para 390 empresas”.
Investidores ficam de fora de planos
Os demais candidatos não possuem, dentre os documentos de plano de governo oficiais, protocolados no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), tópicos relacionados a investimentos e educação financeira.
Há citações sobre parcerias público privadas e outras propostas relativas à economia, contudo sem um direcionamento e um foco em educação financeira e assuntos análogos.
A candidata Tabata Amaral (PSB) possui, no trecho ‘Valores da Candidatura’, o seguinte texto: “Governo como indutor da economia, da geração de renda para pessoas e organizações, da melhoria do ambiente de negócios e da atração de investimentos”.
Os demais candidatos Datena (PSDB), Guilherme Boulos (Psol), Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO), Maria Helena (Novo) e Ricardo Senese (UP), não possui uma abordagem para temas relativos a investimentos tampouco educação financeira em seu plano de governo.