O que esperar dos dividendos de FIIs para 2022 e 2023?
Os fundos imobiliários são importantes ativos para a distribuição de rendimentos, trazendo a oportunidade gerar renda aos seus cotistas. No entanto, muitos investidores têm dúvidas a respeito do cenário que está por vir para o restante do ano de 2022 e também em uma perspectiva para 2023 nos dividendos de FIIs.
Sendo assim, o fundador da Suno Research, Tiago Reis, se reuniu em uma live com especialistas no assunto e comentaram suas opiniões sobre o que esperar dos dividendos de FIIs para esse período.
O que esperar dos dividendos de FIIs para 2022 e 2023?
O professor Baroni aponta que para o restante de 2022 e para o ano de 2023, os fundos imobiliários podem passar por um fenômeno em que se os dividendos de FIIs de tijolos estariam muito bem “defendidos” na renda, considerando o ponto de vista estrutural.
Desse modo, o especialista acredita que há muita coisa positiva para se “destravar” de valor no mercado, o que favorecia os dividendos de FIIs. Se tem um cenário de custo de construção em crescimento, além das expectativas de escassez na oferta de imóveis.
Do mesmo modo, há um cenário de inflação que pode diminuir em 2022 e 2023, enquanto os analistas apontam uma perspectiva de que a taxa básica de juros, a Selic, possa bater os 12% por ao ano, e depois voltar a regredir novamente.
Por conta disso, o spread no yield dos fundos imobiliários de papel e os FIIs de tijolo podem ficar ainda menores. O dividend yield dos fundos imobiliários de tijolo está em uma média de 8,5% a 9,0% ao ano, enquanto os FIIs de papel tem uma média perto de 12% e que poderiam retornar para uma faixa entre 10% a 11% anualizado.
Esses fatores trariam a tona um cenário raro em que é possível montar uma carteira de FIIs com um dividend yield híbrido entre fundos de tijolo e fundos de papel em cerca de 10% ao ano. Por esses e outros fatores, o professor Baroni acredita que 2022 e 2023 será os anos dos dividendos de FIIs.
Bons FIIs de tijolo que estão sendo “desprezados”
Outro cenário percebido por Baroni é que há fundos de tijolo sendo “desprezados”, e que possuem uma média de dividend yield na faixa dos 8,5% e 9,0% ao ano. Esse fator, segundo o especialista, se dá por conta de um viés mais financeiro do que propriamente imobiliário desses investidores na utilização da estrutura de um FII.
Marcos Correa, outro especialista que participou da conversa durante a live, também destacou que os fundos imobiliários vêm mantendo ou até mesmo aprimorando a qualidade de seus ativos ao longo dos últimos anos.
Apesar disso, mesmo que com os FIIs mantendo a qualidade de seus portfólios, o IFIX caiu consideravelmente nos últimos tempos, o que possibilita ao investidor fazer investimentos em bons ativos por um preço descontado e se aproveitar dos dividendos de FIIs pagando menos por isso.
Há boas oportunidades de investimento em FIIs de tijolo nesse momento?
Marcos destaca ainda que, embora os investidores tendem a olhar com mais atenção nesse momento para os FIIs de papel por conta de rendimentos maiores e “negligenciando” alguns fundos imobiliários de tijolo, numa visão de longo prazo esse cenário poderia mudar.
Nesse caso, considerando a expectativa de eventual queda da taxa Selic e da própria inflação, representada pelo índice IPCA, os fundos imobiliários de papel poderiam ser afetados mais a frente, até mesmo nos dividendos de FIIs desse tipo.
Marcos Rocha ainda acrescenta que caso não haja um olhar de longo prazo para os investimentos, com investidores que acabam esperando as “movimentações realmente estarem no meio do caminho para começar a adaptar o portfólio”, são os que acabam perdendo o “timing” dessa possível alta nos FIIs de tijolo, comprando-os mais caro depois.
Assim, se desenharia um momento importante para eventuais aportes, e muitos investidores acabam perdendo oportunidades de comprar bons ativos baratos e adquirir rendas maiores com dividendos de FIIs.
