Selic em 12,75%: ainda é hora de investir em fundos imobiliários?

Selic em 12,75%: ainda é hora de investir em fundos imobiliários?

O Banco Central divulgou um novo aumento na taxa Selic nesta quarta-feira (4) em 1 ponto percentual, chegando a 12,75% ao ano. Enquanto isso, a inflação projetada para o final do ano de 2022 no Brasil é de 7,89%. O BC também já trouxe indicações de que pode trazer uma nova alta nos juros para o mês de junho. Mas como ficam os fundos imobiliários nesse contexto?

Em um cenário de juros e inflação altas, é muito comum que os investidores tenham dúvidas sobre como fica o investimento em fundos imobiliários daqui para frente e se ainda se apresentam como boas oportunidades. Afinal, como a nova taxa Selic impacta no investimento em FIIs?

Nesse caso, os fundos imobiliários de papel que sejam indexados ao CDI ou IPCA são os que teriam um melhor desempenho nesse cenário, conforme aponta Marx Gonçalves, especialista de FIIs da Nord Research.

Além disso, ele ressalta que os fundos que acabam se beneficiando com os atuais indicadores são os FIIs de papel cujo portfólio tenham Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Como o CDI é o indicador associado aos juros brasileiros, os CRIs indexados a ele tem certa vantagem em relação aos atrelados ao IPCA, que é um índice inflacionário.

Aumento da Selic e os FIIs de papel

A medida de aumentar as taxas de juros como vem sendo praticada pelo Banco Central ocorre em busca de desacelerar a alta da inflação. O intuito é que o aumento da Selic possa posteriormente diminuir o IPCA, e que a inflação termine 2022 em 7,89%. Apesar disso, o Boletim Focus aponta que os juros devem terminar o ano em 13,25%.

Assim, com as maiores receitas que poderiam vir aos fundos imobiliários de papel de uma maior correção nos contratos de CRIs através do CDI, os dividendos dos FIIs também poderiam aumentar aos seus cotistas. Mas e os fundos de tijolo, o que esperar deles nesse momento?

Como ficam os fundos imobiliários de tijolo com a nova Selic?

A analista da XP Investimento, Maria Fernanda Violatti, disse que os fundos imobiliários de tijolo seguem como uma boa opção de investimento para se proteger da inflação, mesmo com os fundos de papel tendo essa correção dos contratos pelos índices de inflação e juros.

Ela aponta que “ao nosso ver, por mais que o cenário esteja relativamente desafiador para os fundos imobiliários, ainda temos a composição do IFIX trazendo um retorno em patamares saudáveis”.

Apesar dessas possíveis oportunidades para os fundos imobiliários, os analistas da Suno Research também aconselham que é preciso atenção em poupar dinheiro e não investir enquanto se tem dívidas. Nesse caso, é muito importante ter uma reserva de emergência e um cuidado maior para se investir em ativos de renda variável, através de estratégias muito bem definidas.

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foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado financeiro, fundos imobiliários e economia popular.

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