FIIs de shoppings: o setor superou a crise da pandemia?
Sem dúvidas, os FIIs de shoppings vem se reinventando após o auge da crise provocada pela covid-19. Com a pandemia em vigor, o setor imobiliário, em geral, foi bastante impactado. Em particular o segmento de shoppings.
As perdas resultadas pela pandemia, trouxeram fortes cenários negativos para os FIIs de shoppings. Em março de 2020, na fase mais complicada da pandemia, a Associação Brasileira de shoppings Centers (Abrasce) estimou que todos os 577 estabelecimentos do país foram fechados, causando um prejuízo superior a 90% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Novos hábitos de consumo e inovação
A pandemia alterou a forma com que as pessoas se relacionam e com isso, muitos dos hábitos também foram modificados. Dessa forma, costumes ligados à higiene e segurança foram repensados e isso teve um impacto direto na praticidade relacionada aos mais diversos processos e serviços.
Segundo alguns estudos e tomando como base uma publicação realizada pela consultoria Euromonitor, os consumidores em geral estão cada vez mais exigentes. Nesse sentido, a preferência está mais voltada para serviços personalizados e rápidos.
Dessa forma, o setor que impacta diretamente os FIIs de shoppings já está incrementando estratégias que envolvam esses novos hábitos como uma alternativa para trazer de volta o consumo. Alguns Shoppings já adotaram medidas para suprir essa demanda. Uma novidade, por exemplo, é o serviço do Personal Shopper, profissional indo em busca dos serviços desejados.
Nesse serviço, por exemplo, o cliente utiliza um aplicativo de mensagens, em que coloca a demanda para o profissional, que em seguida vai em busca dos produtos. A entrega ocorre via drive thru ou até mesmo delivery.
Perspectivas para os FIIs de shoppings no futuro
A expectativa para o futuro dos FIIs de shoppings é relativamente boa, dado que há uma forte demanda reprimida. Essa também é a opinião do presidente da Multiplan, José Isac Peres. Segundo Peres, a situação financeira da Multiplan é bastante tranquila.
A administradora de shopping centers anunciou no primeiro trimestre uma queda na receita de 18,4%, uma redução de 73,95% em seu lucro líquido e um recuo no Ebitida de 61,8%. Embora os números pareçam bastante ruins, o setor enfrentou mais dificuldades em crises anteriores.
Segundo Peres, há dinheiro e disponibilidade para consumo das pessoas, que anseiam pelo retorno da vida normal ou o “novo normal” como se tem dito. Ele cita, por exemplo, a volta das atividades em Miami, nos Estados Unidos, provocando grandes filas nos shoppings.
Podemos dizer que a crise já foi superada pelos FIIs de shoppings?
Atualmente, ainda não podemos dizer que houve total superação da crise. Os shoppings necessitam da reabertura plena da economia, visto que o modelo presencial é a forma de arrecadação de receitas desses empreendimentos, e assim, beneficiando os FIIs de shoppings.
Embora, nos últimos meses, tenha ocorrido uma abertura maior em relação ao início da pandemia, ainda não é o suficiente. Os shoppings têm buscado diversificar a captação de receita, o que, para o futuro, deve se tornar também um novo caminho além das receitas tradicionais.
Sendo assim, com a aceleração da vacinação e com a iminente reabertura total da economia, espera-se que a expectativa de “demanda reprimida” se cumpra. Com isso, a partir dos primeiros resultados após a reabertura total, poderemos avaliar a superação da crise, embora haja boas expectativas por um resultado positivo para os FIIs de shoppings.