Gestão do SNAG11 explica decisão de linearizar os dividendos
O SNAG11, Fiagro da Suno Asset, distribuiu R$ 0,11 por cota em fevereiro, o que representa um dividend yield anualizado de 15,44%, com base no preço de fechamento do mês (R$ 9,15). Segundo o analista João Vítor Franzin, da Suno Asset, o resultado reflete a estratégia de linearizar os pagamentos ao longo dos meses e o bom desempenho da carteira de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio).
“Nosso lucro acumulado aumentou bastante, de aproximadamente R$ 0,03 por cota para quase R$ 0,07”, afirmou Franzin durante live com investidores. O resultado de fevereiro foi impulsionado pelo CRA Shull, que representa cerca de 5% do patrimônio líquido do fundo e paga rendimentos semestrais.
Com isso, o lucro mensal ultrapassou R$ 9 milhões, o que corresponde a quase R$ 0,15 por cota. “Desse valor, a gente só distribuiu R$ 0,11. O restante ficou como reserva de lucro”, diz Franzin.
O analista explica que a decisão de não repassar todo o lucro de uma vez visa manter a estabilidade nas distribuições futuras. “Optamos por linearizar os resultados. Nos próximos meses, será comum a distribuição ser maior que a geração de caixa do mês.”
SNAG11 registra desempenho positivo e desconto no mercado
Com a valorização da cota e o pagamento de proventos, o fundo registrou retorno total de 1,3% no mês. Franzin citou o desconto de mercado atual: “O fundo está sendo negociado a R$ 9,15, enquanto o valor patrimonial é de R$ 10,19. Isso gera uma oportunidade interessante. Para quem está comprando com esse deságio de 10%, o retorno chega a 4,24% ao ano acima do CDI.”
Ele também comparou o rendimento da cota com aplicações conservadoras. “Só os R$ 0,11 pagos em fevereiro superam em 26% o rendimento de um CDB que paga 100% do CDI.”
Desde sua listagem, em agosto de 2022, o SNAG11 nunca registrou inadimplência. “Seguimos com mais um mês de 0% de inadimplência”, afirmou o analista. Atualmente, o fundo conta com mais de 110,4 mil investidores.
Safra de soja avança e deve impulsionar resultados
A colheita da safra de soja no Brasil atingiu 60,9% até 9 de março, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). O avanço foi impulsionado por condições climáticas favoráveis em diversas regiões produtoras. Mato Grosso, estado com maior exposição no portfólio do SNAG11 (23% do PL), já colheu 91,7% da produção, consolidando sua liderança no setor.
Outros estados relevantes para a carteira do fundo também apresentaram bom desempenho. Goiás (32% do PL) avançou para 71% da safra colhida, enquanto São Paulo (1% do PL) atingiu 85%. Já Minas Gerais (3% do PL) chegou a 56%, demonstrando recuperação no ritmo da colheita.
No entanto, no Sul do país, adversidades climáticas impactaram a produção, mas a exposição do SNAG11 à região é mínima (0,01% do PL no Paraná), reduzindo os riscos ao fundo.
Veja a live do SNAG11
Franzin avalia que, caso a cota volte ao valor patrimonial, o desempenho do fundo possa superar indicadores como o CDI e o IPCA. “Nossa expectativa é que o SNAG11 continue apresentando desempenho acima do CDI e IPCA +7. O prazo para isso acontecer é incerto, mas seguimos confiantes, especialmente mantendo a inadimplência em zero.”
