SNAG11 projeta retorno superior ao CDI com inadimplência zero


O Fiagro SNAG11 manteve em abril a distribuição mensal de R$ 0,11 por cota, resultado em linha com os meses anteriores e que representa um dividend yield anualizado de 14,5%, considerando o preço de mercado de R$ 9,66 ao final do mês. O yield da carteira é ainda maior: 17,77%.

Segundo João Vitor Franzin, analista da Suno Asset, o fundo vem acumulando lucro – cerca de R$ 0,06 por cota em abril – como reserva para eventuais oscilações futuras. Além disso, o fundo segue com inadimplência zero, ou seja, todos os devedores seguem honrando os compromissos, o que reforça a solidez da carteira.
Atualmente negociado com desconto (P/VPA de 0,95), o SNAG oferece uma remuneração projetada de CDI + 4,04% ao ano, já líquida de taxas. Comparado a investimentos tradicionais como CDBs que pagam 100% do CDI e sofrem incidência de imposto de renda, o SNAG teve performance expressiva: em abril, entregou 32% a mais de retorno líquido, considerando a menor alíquota do IR (15%).
SNAG11: setor leiteiro segue em recuperação após anos de retração
Outro ponto de destaque no mês foi a análise dos segmentos de café e leite, que juntos representam 20,5% do patrimônio do fundo. Apesar da quebra da última safra de café já ser fato conhecido, chuvas acima da média no primeiro trimestre de 2025 favoreceram o desenvolvimento das lavouras de café arábica, principal cultivo financiado pelo fundo. Com isso, a expectativa é de uma recuperação da produção.
Já no setor leiteiro, a produção nacional continua em trajetória de retomada. Após quedas significativas em 2021 e 2022, os volumes voltaram a subir: 2,9% em 2023 e 3,1% em 2024. Além disso, os preços pagos aos produtores aumentaram cerca de 23% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que tem melhorado a rentabilidade da cadeia.
Boa Safra: revolvência aumenta diversificação do portfólio
O fundo também detalhou a atualização do CRA da Boa Safra, estruturado com prazo de 20 anos para financiar produtores parceiros da empresa. O modelo opera por meio de revolvência: os produtores adquirem sementes a prazo e quitam a dívida após a colheita. Esses recursos retornam ao fundo, que os reinveste em novos contratos.
Em abril, o número de produtores atendidos cresceu de 57 para 88, aumentando a diversificação da carteira. É importante ressaltar que os recursos não são emprestados diretamente à Boa Safra, mas sim aos produtores que compram insumos da companhia. A condição de pagamento de todos eles é monitorada pelo SNAG11 com o suporte do Agro Score, ferramenta da Serasa Experian.