O que a inflação representa para os fundos imobiliários? Saiba mais
Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,62%. No acumulado do último ano, a inflação oficial do país apresentou crescimento de 5,79%. O fundador do grupo Suno, Tiago Reis, e a Head de Produtos Estruturados da Suno Asset, Amanda Coura, comentam o que o IPCA representa para os fundos imobiliários.
Tiago Reis comenta que muitos fundos imobiliários, principalmente aqueles de CRIs, possuem uma parte da carteira em títulos atrelados à inflação. Ele destaca que no primeiro semestre do ano passado, a inflação estava bastante elevada. O segundo semestre, por sua vez, foi “muito mais ameno”, com o registro de três meses consecutivos de deflação.
O fundador do grupo Suno comenta que isso causou impacto. Segundo ele, no primeiro semestre, quando a inflação estava alta, estavam elevados os dividendos dos fundos imobiliários de CRIs — com muitos títulos atrelados ao índice de preços.
No segundo semestre, por outro lado, os dividendos estavam menores. Em meio a isso, muitos investidores demonstraram preocupação de que isso pode representar uma deterioração do produto investido.
Cenário recente não significa uma deterioração de fundos imobiliários
Apesar disso, Amanda Coura ressalta que isso não significa uma deterioração. Ela acredita que “o investidor, como um todo, ficou muito ‘mal acostumado’ com os rendimentos dos fundos de papel, fundos de dívida”.
Isso porque a inflação de 2021 ficou muito alta, com o indicador em dois dígitos. Já no primeiro semestre de 2022, o índice de preços também esteve elevado.
“Então, isso faz com que os fundos de dívida, que são estes que distribuem a inflação mais uma taxa de juros, rendessem muito acima do esperado”, comenta. Segundo a Head da Suno Asset, “isso é algo pontual”.
A especialista destaca que “o investidor não quer inflação para sempre. Isso prejudica seu poder de compra, toda essa parte de alimentos, de combustíveis”.
Amanda comenta que os fundos imobiliários de dívida refletem bastante esses movimentos de mercado.
Como mensagem para os investidores, a especialista alega que os rendimentos dos fundos imobiliários de papel de 2021 e no primeiro semestre de 2022 foram “atípicos”.
Apesar disso, em um cenário de inflação dentro da meta, a tendência é que os fundos imobiliários de papel paguem menos. “O investidor tem que estar com isso na cabeça. Então, olha a carteira, olha a previsão no médio prazo do fundo, para tomar sua decisão de investimento”.