Gestora do MXRF11 projeta cenário positivo para CRIs com nova regra da CMN

Os CRIs terão papel cada vez mais relevante no financiamento habitacional, avalia a XP Vista Asset Management, gestora do MXRF11.

Gestora do MXRF11 projeta cenário positivo para CRIs com nova regra da CMN
Gestora do MXRF11 projeta cenário positivo para CRIs com nova regra da CMN - Foto Pixabay.

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) terão papel cada vez mais relevante no financiamento habitacional brasileiro com o suprimento de fontes oficiais, avalia a XP Vista Asset Management, gestora  do MXRF11.

“O CRI é uma importante fonte de captação para financiar a construção e a aquisição de unidades, que dada a sua isenção para investidores (PF e FIIs), serve de alternativa aos recursos captados pelo SBPE e FGTS. Neste sentido, o mercado de CRI permanece promissor para os próximos anos”, comenta a  gestora. 

Segundo a equipe de gestão do MXRF11, ainda estão sendo avaliados os possíveis impactos das mudanças feitas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a emissão de novas CRIs, que será limitada apenas a empresas diretamente ligadas ao mercado imobiliário. Os analistas projetam a reavaliação de algumas operações que estavam em estágio de estruturação, mas dizem ser perceptível a redução do número de emissores elegíveis.

No caso, é provável uma volta de maior concentração em operações tradicionais e mais sofisticadas de financiamento ao setor, cujos tomadores são tipicamente os fundos de investimento que possuem equipes especializadas para análise e monitoramento de tais operações. 

“Além do fluxo de recursos de pessoas físicas aos fundos, recursos que estavam sendo aplicados diretamente nesses papéis de riscos corporativos de grandes empresas de capital aberto”, acrescenta a  XP Vista. 

Os analistas também informam que tem-se visto uma maior procura por papéis high grade no mercado secundário, provocando fechamento de spreads, aumento de liquidez e oportunidades de ganhos de capital para os fundos, com alguns papéis já fechando mais de 50 bps.

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Novas alternativas vêm aparecendo para o mercado imobiliário, diz gestora do MXRF11

De acordo com a XP Vista, a estrutura de funding do mercado imobiliário no Brasil vem passando por diversas mudanças ao longo dos últimos anos.  “Novas fontes de financiamento para aquisição e construção de unidades vêm ganhando cada vez mais relevância e auxiliando na diversificação dessa estrutura.”

A gestora acredita que novas alternativas e uma maior diversificação da estrutura de funding são benéficas para o setor e tendem a continuar nos próximos anos. O total de crédito imobiliário atingiu o patamar de R$ 2,17 trilhões, alta de 13% em relação ao trimestre anterior. 

Do lado das empresas, o cenário atual é mais saudável do que o anterior, aponta a gestão. “As principais incorporadoras do país fizeram a lição de casa nos últimos anos com financiamentos mais baratos e alongamento de seus passivos, diferentemente de 2014, onde muitas empresas estavam alavancadas e com problemas de liquidez.”

Por sua vez, do lado dos clientes, mesmo que a inflação tenha peso sobre a renda, as condições de crédito e de emprego, além da valorização dos imóveis e a própria Lei do distrato, sancionada ao final de 2018, mitigou significativamente as desistências por parte dos adquirentes, impulsionando assim a segurarem seus contratos.

XP Asset projeta Selic e IPCA para 2024

Em janeiro de 2024, o IPCA registrou aumento de 0,42% em relação ao mês anterior – valor acima da projeção da XP Asset e da mediana do mercado (0,35% e 0,34%, respectivamente).

O IPCA acumulado em 12 meses recuou de 4,6% em dezembro de 2023 para 4,5% em janeiro de 2024. O time de economistas da XP Asset estima que a variação positiva do IPCA seja de 3,7% no ano de 2024.

Segundo a empresa, o comportamento benigno das commodities agrícolas e dos bens industriais mantém a inflação brasileira e internacional com viés de baixa.

O time de economistas da gestão do MXRF11 estima que a taxa Selic encerre o ano de 2024 no patamar de 9,00%. Por fim, alguns dos fatores que podem trazer volatilidade ao cenário internacional e doméstico é o momento incerto do início do ciclo de corte de juros nos países desenvolvidos, sobretudo nos Estados Unidos, cujas taxas de juros atingiram os patamares mais elevados dos últimos quinze anos.

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foto: Vinícius Alves
Vinícius Alves
Jornalista

Jornalista formado na Faculdade Cásper Líbero. Com passagens pela Agência Estado e Editora Globo.

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