Fiagros: SNAG11 registra receita de R$ 7,4 mi, mantém dividendos e ampçia alocações
O fundo seguiu o guidance de distribuição, mantendo o patamar de R$ 0,10 por cota, equivalente a 118% do CDI
O SNAG11 reportou uma receita distribuível de R$ 7,4 milhões em outubro, com a distribuição de R$ 5,4 milhões em rendimentos, de acordo com o relatório gerencial mais recente, num mês marcado por forte queda na indústria de Fiagros.
A turbulência levou o Fiagro SNAG11 a registrar seu maior desconto histórico em relação ao valor patrimonial (VP), com um múltiplo de 0,95x, mas não mexeu na estratégia de distribuição de dividendos: o fundo seguiu o centro de seu guidance de distribuição, mantendo o patamar de R$ 0,10 por cota dos meses anteriores, equivalente a 118% do CDI.
Com a queda no mercado secundário, o dividend yield do SNAG11 no mês alcançou 13,29% ao ano. O pagamento será realizado na próxima segunda-feira (25).
Apesar da desvalorização, a carteira do fundo segue robusta, com 100% dos ativos adimplentes e sem eventos de inadimplência que impactassem o patrimônio ou a receita distribuível.
“A carteira do SNAG11 é diversificada, composta por 103 devedores, todos adimplentes com suas obrigações junto ao fundo. As operações contam com garantias adequadas ao nível de risco assumido”, destacou a Suno Asset, gestora do Fiagro, no relatório.
SNAG11: ‘desconto é oportunidade ao investidor’, diz gestora
Para a gestora, o momento representa uma oportunidade interessante para investidores, dado o desconto histórico. “A aquisição de cotas a preços próximos da mínima histórica oferece uma taxa de retorno mais atrativa”, avaliou.
“Por exemplo, ao adquirir cotas no preço de R$ 9,55, valor próximo da cotação atual, o
spread estimado é de CDI+2,65%, já considerando as despesas com taxas de gestão e administração
do fundo”, acrescentou a Suno Asset.
Cotação SNAG11
Fiagros: movimentações de outubro do SNAG11
Em outubro, o SNAG11 adquiriu R$ 15 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) da segunda emissão do Leitíssimo, reforçando sua exposição a um devedor já presente em sua carteira. “A decisão foi sustentada pela evolução positiva das métricas de crédito da empresa ao longo do último ano, permitindo novas captações com garantias robustas e condições de remuneração atrativas”, diz o relatório.
Ainda no mês, o fundo firmou uma parceria estratégica com a Traive, uma plataforma especializada em monitoramento de crédito e gestão agrícola, que em 2024 captou US$ 20 milhões em uma rodada de investimentos liderada pelo Banco do Brasil.
A Traive será responsável por realizar o monitoramento trimestral dos créditos e das terras agrícolas vinculadas aos devedores do SNAG11, fornecendo informações detalhadas sobre passivos judiciais e financeiros, alertas e outros dados relevantes.
A iniciativa visa fortalecer a análise e o acompanhamento das operações do fundo, ampliando a segurança e a eficiência na gestão da carteira.
SNAG11: portfólio com foco em ativos de baixo risco
Mais de 70% do portfólio do SNAG11 é composto por ativos classificados como de baixo risco, segundo dados da Serasa Experian, que fornece uma análise detalhada dos riscos de crédito e socioambientais associados aos recebíveis securitizados do fundo.
A avaliação utiliza o Agro Score PF, um modelo estatístico desenvolvido pela Serasa Experian, que estima o risco de inadimplência de produtores rurais pessoa física em atrasos superiores a 90 dias, considerando um horizonte de 12 meses.
De acordo com os dados, 78,3% dos ativos do SNAG11 estão na faixa de baixo risco, refletindo uma carteira bem estruturada. Outros 19,5% são classificados como risco mediano, enquanto apenas 2,2% apresentam risco crítico.