Construir ou comprar: os desafios do SNEL11 para crescer e ampliar receitas

SNEL11 se consolidou como um dos principais fundos imobiliários do mercado no setor de energia após uma série de escolhas e desafios.

Construir ou comprar: os desafios do SNEL11 para crescer e ampliar receitas
SNEL11 investe em usinas fotovoltaicas - Foto: Freepik

O processo de consolidação do SNEL11 como um dos principais fundos imobiliários do mercado no setor de energia passou por uma série de desafios. Um deles foi optar, na hora de ampliar o portfólio, entre a construção de uma nova usina fotovoltaica ou a aquisição de um empreendimento já concluído.

“A escolha entre construir um novo ativo ou adquirir um projeto operacional deve ser pautada em criteriosa análise técnica, financeira e regulatória, considerando o contexto macroeconômico e as particularidades de cada oportunidade”, diz a Suno Asset no último relatório gerencial do SNEL11.

São muitos fatores que devem ser considerados pela equipe de gestão. No caso da construção, é preciso encontrar a área adequada para negociar o direito de superfície, equalizar o custo da obra e o fluxo de caixa com as taxas de juros e a inflação dos insumos de construção civil. A construção também requer um licenciamento ambiental, o que pode provocar atrasos e aumento de custos.

Além disso, o investimento tem um prazo relativamente longo para dar fruto: depois de todo o processo de construção, é preciso conectar a usina à rede elétrica local, por meio de um processo que passa pela concessionária local, para que ela possa ser locada  e começar a gerar receitas de acordo com o retorno esperado.

A Suno Asset optou por esse modelo para alocação dos recursos das duas primeiras emissões do SNEL11. Após a oferta inicial (IPO), construiu os empreendimentos San Remo 1 e 2 e Itabira, em Minas Gerais; Amontada, no Ceará; e Petrolina 1 a 4, em Pernambuco. Todas já estão prontas e com geração de receita, que chegou a seu recorde em maio, com R$ 1,554 milhão.

SNEL11 e as obras da segunda emissão: como estão as usinas? 

Com os recursos captados na segunda emissão, o SNEL11 realizou a construção de mais três usinas. A UFV Mundo Melhor, em Goiás, já foi conectada à rede da Equatorial, concessionária local, com o comissionamento a quente devidamente concluído. Pequenos problemas técnicos foram solucionados e a usina já opera em plena capacidade de geração. Segundo o último relatório gerencial, a ocupação ultrapassou em 20% a geração projetada, representando avanço relevante na consolidação do empreendimento.

Também em Goiás, a UFV Liberdade teve seu licenciamento ambiental concluído pela Equatorial, e o processo agora está em fase de análise e liberação final pelo órgão estadual competente.

Já a UFV São Bento Abade, em Minas, está à espera da conexão à rede. A Cemig, concessionária do Estado, está concluindo o processo de reforço da rede, cuja previsão era de conclusão para os primeiros dias de julho. Segundo o relatório, a gestão aguarda o posicionamento formal da concessionária quanto à confirmação do cronograma.

Aquisição: opção para alocação dos recursos da 3ª oferta

Diante de um cenário de juros elevados e maior maturidade do setor, a aquisição de usinas já em processo operacional ganhou destaque. Conforme aponta a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), houve um aumento de quase 50% nas transações envolvendo ativos já conectados somente em 2023.

Cotação snel11

Gráfico gerado em: 03/07/2025
6 Meses

O movimento foi um reflexo da busca dos investidores por operações com receita imediata e menor exposição a riscos construtivos e de regulação. Além disso, a análise do histórico de desempenho e a possibilidade de promover ajustes ou melhorias técnicas pode gerar ganhos adicionais de produtividade, favorecendo a rentabilidade do investimento.

A aquisição de usinas prontas foi a opção para a alocação dos recursos da 3ª emissão, concluída em maio com a aquisição da participação detida pela Voltxs Energia no Direito Real de Superfície (DRS) referente ao projeto Petrolina. O empreendimento é composto por quatro usinas fotovoltaicas, com capacidade instalada total de 4 MWac e 5,04 MWp. A participação da vendedora no DRS correspondia a 15%, e o valor da transação totalizou R$ 3.600.150,00.

“Os dados das principais consultorias do setor deixam claro que, embora a construção possibilite maior potencial de valorização, o atual ambiente regulatório e o custo de capital elevado tornam a aquisição de ativos prontos uma alternativa mais segura e que permite retorno mais imediato”, completa a gestora, no relatório.

Com isso, o SNEL11 conta hoje com um portfólio de usinas espalhadas por seis Estados, alcançando também Rio e São Paulo, num processo de diversificação geográfica que contribui diretamente para a mitigação de riscos operacionais e regionais. E se consolida cada vez mais no mercado de FIIs de energia como uma referência para quem busca conciliar rentabilidade e preocupação com o meio ambiente.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado em Jornalismo pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com 25 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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