Quer montar carteira de FIIs? Baroni explica o limite da diversificação saudável
Montar uma boa carteira de fundos imobiliários é um dos maiores desafios para o investidor iniciante. Para Marcos Baroni, Head de Fundos Imobiliários da Suno, o erro mais comum é confundir diversificação com pulverização — e acabar comprando ativos demais, sem entender o que está fazendo.
Para Baroni, o número de ativos não é o que define uma boa diversificação, e sim o grau de conhecimento do investidor sobre o que possui. “Se eu tiver uma carteira com 50 ativos que conheço muito bem, estou diversificado. Se eu tiver 200 e não conhecer nada, estou pulverizado”, afirma.
Segundo ele, muitos investidores acabam se escondendo atrás da pulverização para evitar o estudo e a análise de risco. “É uma estratégia que não te quebra, mas te mantém perto da média. Não vai te levar a uma carteira vencedora, porque falta propósito”, comenta.
FIIs: diversificação vem “de dentro para fora”
Segundo Baroni, diversificar é um movimento que começa com o próprio investidor — e não uma regra imposta de fora. “A diversificação é de dentro para fora, não de fora para dentro. Não adianta alguém te dizer: ‘você precisa diversificar’. É o investidor que deve buscar ampliar seu conhecimento, entender novas classes de ativos e montar sua própria estratégia”, explica.
Ele reforça que o conceito de diversificação deve vir acompanhado de coerência e racionalidade. “Se eu quiser ter todos os setores de fundos imobiliários só para dizer que estou diversificado, isso não faz sentido. A diversificação precisa refletir a estrutura do mercado e o perfil de cada investidor.”
Setores e coerência na construção da carteira
Baroni também destacou que, no universo dos FIIs, basta exposição a alguns setores dominantes — como logística, shoppings, renda urbana e lajes corporativas — para alcançar uma boa diversificação. “Não é necessário ter todos os tipos de fundos. Se você tem uma alocação equilibrada entre esses principais segmentos, já cobre boa parte do mercado”, disse.
Ele alerta, no entanto, que o verdadeiro equilíbrio está em entender o comportamento e a correlação entre os ativos, mais do que apenas multiplicar posições. “A diversificação deve ter propósito e direção. Quem pulveriza demais perde identidade na carteira e dificilmente supera a média do mercado”, conclui.