Um dos principais objetivos dos investidores de fundos imobiliários é a geração de renda passiva com dividendos. Mas para saber quais são os FIIs ou ações que mais distribuem proventos, é preciso analisar muito mais do que apenas o valor bruto desses rendimentos. Desse modo, o uso de indicadores, como o dividend yield, pode auxiliar os cotistas nesse tipo de análise.
Observar apenas o valor bruto dos dividendos de FIIs, ou até mesmo de ações de empresas, não é uma boa opção para fazer comparações entre esses ativos. Isso porque um mesmo valor pago em proventos por diferentes empresas e fundos, pode exigir investimentos muito distintos por parte dos investidores, já que cada ativo tem a sua cotação e funcionalidade. Mas afinal, o que é dividend yield e como calculá-lo?
O que é dividend yield?
O dividend yield é um indicador que mede a performance de um investimento de acordo com os proventos pagos aos seus cotistas. Ele mostra a relação entre os dividendos distribuídos e o preço atual da cota.
O dividend yield corresponde a uma taxa que faz relação entre os proventos pagos por uma empresa ou FII e o valor de mercado da cota. Ambos os fatores são variáveis, desse modo, o DY também varia constantemente. Ao se deparar com esse indicador, uma das principais dúvidas dos investidores é como calcular o dividend yield, na prática.
Como calcular o dividend yield?
Para chegar ao valor do dividend yield de um determinado ativo, ou seja, ao rendimento de dividendo, como também é chamado, é necessário realizar um cálculo relativamente simples.
A fórmula do dividend yield é a seguinte:
Dividend Yield = [Dividendos pago por ação (em 12 meses) / Valor da ação] x 100
Veja um exemplo abaixo:
Suponha que você tenha cotas do fundo imobiliário MXRF11 em sua carteira, e ao longo de 12 meses passados, o Maxi Renda entregou aos seus cotistas em forma de dividendo um montante de R$ 1,17 por cota.
Suponha também que o preço da cota na data do cálculo seja de R$ 10,20. Temos então que o dividend yield do FII é: (1,17/10,20) x 100 = 11,47%.
Portanto, para este caso hipotético, o valor do dividend yield é de 11,47% para um período de 12 meses.
Esse percentual mostra que a cota do FII MXRF11 entregou uma rentabilidade ao seu cotista de 11,47% ao ano. Com isso, o dividend yield se torna uma boa opção para comparar o investimento em ativos de renda variável com a renda fixa, por exemplo.
Apesar de o conceito e o cálculo do dividend yield ser relativamente simples, o mais importante ao investidor é saber de fato usá-lo em uma análise de investimentos. Afinal, se o cotista de um FII ou acionista de uma empresa não saber analisá-lo, o DY resultante se torna meramente estatístico, ao invés de um objeto relevante na tomada de decisão.
Como analisar o dividend yield?
Antes de entender como analisar o dividend yield, é importante que o investidor compreenda que ele não deve ser o único indicador que deve ser considerado na construção de uma carteira de investimentos.
O DY precisa ser analisado dentro de um contexto. Assim, é importante comparar o DY de ativos do mesmo setor de atuação, avaliar se os proventos distribuídos são recorrentes e se o patamar atual do pagamento de dividendos é sustentável nos períodos seguintes.
Apesar de serem ativos totalmente diferentes, os dividendos de fundos imobiliários e de ações têm algo em comum: representam a distribuição do lucro obtido por eles.
Dessa forma, é necessário avaliar diferentes questões que estão relacionadas a geração de resultado, já que é isso que vai impactar diretamente no retorno de proventos aos acionistas ou cotistas.
Como saber se um dividend yield é bom?
No caso das ações, não existe uma obrigatoriedade no pagamento de proventos, desde que isso seja estabelecido em seu estatuto. Nos FIIs, grande parte dos lucros obtidos pelo fundo precisam ser pagos aos seus cotistas dentro de um determinado período.
Algumas das maiores empresas do mundo não pagam dividendos aos seus acionistas. Sendo assim, um dividend yield alto, baixo ou até mesmo zerado não necessariamente implica que uma empresa seja boa ou ruim para investir.
Muitas empresas preferem reinvestir seus lucros na própria empresa, focando na aceleração de seu crescimento. Outras adotam uma postura de pagar mais dividendos aos acionistas, a fim de atrair um número maior de investidores.
De qualquer modo, tanto nos FIIs, quanto nas ações, o dividend yield deve ser observado como uma medida relativa. O DY não é bom ou ruim por si só, mas quando comparado com outro fundo ou papel de empresa.
Nesse caso, é preciso levar em conta o setor de atuação das empresas que estão sendo comparadas. Além disso, é necessário considerar o momento em que a operação está sendo realizada e as principais perspectivas que se tem para cada um dos ativos.
A análise de um dividend yield também pode ser feita em comparação com algum benchmark ou índice de referência, como a taxa do CDI, Selic ou outros indicadores de desempenho da renda fixa.
No entanto, a interpretação de um dividend yield no caso de fundos imobiliários e ações se dão de maneiras diferentes. Isso porque as regras que denotam essa distribuição dos lucros desses ativos também são distintas. Assim, analisar se um DY é bom ou não precisa levar em conta essa separação.
Por conta disso, é importante compreender o que significa dividend yield em FII antes de usá-lo em qualquer tipo de análise.
E os Fundos Imobiliários?
Apesar do dividend yield ser uma ferramenta importante na comparação entre os FIIs, ele não garante que um fundo imobiliário vai pagar mais ou menos dividendos no futuro. Não é possível afirmar qual será o rendimento exato dos fundos imobiliários.
Existem FIIs que oferecem bons retornos com dividendos. Mas o investidor precisa ficar atento aos riscos desse tipo de ativo e ao seu próprio perfil de investidor.
As métricas de um DY podem se modificar radicalmente de fundo para fundo. Isso depende de fatores como vacância, inadimplências, variação de preços das cotas, cenário macroeconômico e o ciclo de juros daquele período.
Em um cenário onde os juros terminam o seu ciclo de baixa, é comum que os FIIs se valorizem bastante. De modo análogo, a cotação desses ativos tende a ter mais quedas quando os juros são mais elevados.
Isso traz grandes variações ao dividend yield de FIIs, já que essa métrica considera o dividendo pago em relação à cotação.
É importante lembrar também que a rentabilidade de um fundo imobiliário deve ser considerada de uma forma geral, levando em conta:
- Dividendos recebidos
- Valorização das cotas
Com isso, apesar de um fundo imobiliário entregar um dividend yield baixo, conforme seus dividendos aumentem no longo prazo, e conforme as cotações se valorizem, o retorno do investidor vai se elevando.
Pela regulamentação dos fundos imobiliários, há a obrigatoriedade de distribuição. Essa obrigação está no pagamento de rendimentos de no mínimo 95% dos lucros auferidos a cada semestre, com base no balanço semestral do FII.
Entretanto, a maioria dos FIIs preferem distribuir os rendimentos mensalmente. No relatório de cada FII, na seção dividendos, o investidor encontra o histórico de proventos distribuídos nos últimos meses. Para o cálculo da rentabilidade total do mês, basta somar os valores de dividend yield e a valorização da cota.
Quais são os fundos que mais pagam dividendos?
É verdade que o dividend yield FII é muito importante. Por isso, veja os fundos que mais pagam dividendos na atualidade:
1. ARRI11
O maior pagador de dividendos atuais é o Átrio Reit Recebíveis (ARRI11), que possui um portfólio composto por CRIs e cotas de outros fundos imobiliários.
2. CACR11
Em segundo lugar, destaca-se o Cartesia Recebíveis Imobiliários (CACR11). O fundo também possui exposição a recebíveis imobiliários, entregando um alto dividend yield fundos imobiliarios.
3. RZAK11
Em terceiro lugar está o Riza Akin (RZAK11), um fundo de papel que tem planos para investir em mais ativos indexados ao CDI e IPCA. Esse é mais um dos fundos de papel que compõem a lista.
4. NCHB11
Além disso, o NCH High Yield (NCHB11), outro fundo de recebíveis, também se destaca no cenário recente. Sua rentabilidade está bem acima do CDI e IPCA.
5. VGIR11
Por fim, o quinto lugar está com o Valora RE III (VGIR11), gerido pela Valora Investimentos. Sua distribuição de dividendos (dividend yield tradução do inglês) está remunerando acima da taxa básica de juros.
Você ainda tem dúvidas sobre o dividend yield e como ele é impactado? Comente abaixo para que possamos tirar as suas dúvidas!