Tijolos e títulos de dívida, o que levar em consideração? (Parte II)

Tijolos e títulos de dívida, o que levar em consideração? (Parte II)

Dando continuidade ao artigo de ontem através do qual falamos sobre os pontos a se levar em consideração no que tange o investimento no mercado imobiliário através dos “tijolos”, hoje iremos abordar a possibilidade de o investidor se expor indiretamente ao setor imobiliário via os “Fiis de papel”.

Dito isso, essa é uma opção menos arriscada que o Fii de tijolo em si e, apesar das diferenças de estrutura e dos riscos, existe o imóvel como garantia da operação.

Desse modo, os Fiis de papel, portanto, têm características muito similares à renda fixa, como títulos do tesouro, dado que os mesmos se caracterizam em muito por investir em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e também em outros títulos de renda fixa, como por exemplo as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LHs (Letras Hipotecárias), porém apresentam, em sua estrutura, um pouco mais de risco.

Cabe aqui salientar que todos os ativos acima citados (CRIs, LCIs e LHs) são títulos de renda fixa, com remuneração estabelecida no momento da emissão e cronograma de pagamento de juros e amortização.

No entanto, os fundos imobiliários são, de acordo com a sua natureza estrutural, ativos de renda variável e, por sua vez, possuem os preços de suas cotas variando diariamente na bolsa de valores.

Ainda sobre os CRIs, LCIs e LHs, é cabível aqui destacar que os principais riscos dessas aplicações são os riscos de crédito e de pré-pagamento.

Assim, nunca é demais lembrar que uma boa estratégia para incrementar retorno de instrumentos de renda fixa é diversificar o portfólio de investimentos, e os Fiis são o instrumento ideal para esse fim, dado que, ao se investir em apenas um Fii dessa natureza, é muito provável que o investidor se exponha a uma quantidade de títulos que poucos indivíduos conseguiriam, em termos de montante financeiro, aplicar diretamente.

Adicionalmente, em momentos de incertezas e turbulências de mercado (conjuntura essa bastante comum no Brasil), quando há correção de preços de ativos (ações, Fiis de tijolo, câmbio, etc.), os Fiis de papel tendem a navegar em uma relativa estabilidade e baixa volatidade.

Além disso, ao se observar a perspectiva histórica, é possível perceber que os Fiis de papel negociam bem próximo aos seus respectivos valores patrimoniais, mesmo em momentos de agitação de mercado, sendo, dessa maneira, uma ótima ferramenta de proteção para momentos em que o “tijolo” fica sobrevalorizado.

Para concluir, portanto, é muito importante que o investidor procure se atentar e fazer uma leitura coerente do ciclo de mercado para, com isso, obter resultados mais expressivos dentro de uma carteira de investimento que contemple tanto Fiis de papel quanto de tijolo, dado que, num ambiente de crescimento econômico, os Fiis de tijolo se traduzem em uma boa oportunidade de ganhos de capital, enquanto os Fiis de papel ajudam a reduzir os riscos do portfólio.

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foto: Rafael Campagnaro
Rafael Campagnaro

Engenheiro mecânico por formação, estuda e investe no mercado de capitais desde 2016. Entusiasta do Value Investing, trabalha com produção de conteúdo informativo e educacional para o mercado financeiro desde que iniciou no universo das finanças. Acredita que o mercado de capitais é uma das alavancas que contribuem para o desenvolvimento da humanidade.

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