3 ensinamentos que o caso TBOF11 pode nos ensinar

3 ensinamentos que o caso TBOF11 pode nos ensinar

Muito tem se falado, nos últimos dias, a respeito da conjuntura que está sendo desenhada em relação ao TBOF11, mais precisamente em torno do seu único ativo, o Edifício Tower Bridge Corporate, o qual está sendo alvo de ofertas (no mínimo polêmicas) de grandes players do mercado imobiliário.

Muito embora seja uma situação desconfortável para os minoritários, existem importantes lições de aprendizado e amadurecimento que podem ser tiradas do episódio.

Dentre elas, destacamos as seguintes:

1- Diversifique

Esse é um dos mais (se não o mais) importantes conceitos que esse acontecimento pode mostrar, principalmente para os que estão adentrando agora no mercado de capitais.

Diversifique, de preferência com FIIs multiativos e multilocatários!

Acreditamos que dificilmente exista alguém nessa situação, mas imagine como deve estar uma pessoa que, por qualquer que seja o motivo, tenha apenas o TBOF11 em sua carteira de investimentos?

Certamente deve estar repensando na sua maneira de investir os seus recursos.

Diversifique, tanto dentro do universo dos fundos imobiliários (shoppings, lajes, galpões, CRIs, fundos de fundos, etc) como também com outras classes de ativos, como ações nacionais e internacionais, por exemplo.

2- Gestão influencia

Muito se fala a respeito da importância de se levar em conta a qualidade e a transparência da gestão quando se estuda os fundos imobiliários.

Os números e indicadores dizem muito e, sem dúvidas, podem ser um excelente “filtro” para se começar a olhar no detalhe algum ativo financeiro.

Contudo, lembre-se que SEMPRE existe uma equipe por detrás daqueles números e indicadores.

E uma equipe de gestão é formada por pessoas.

Pessoas são complexas.

Pessoas são diferentes umas das outras.

Pessoas possuem premissas das mais variadas possíveis.

Dito isso, a qualidade da gestão não pode ser medida só pelos números.

A qualidade da gestão é medida através do seu nível de ética, transparência e respeito aos minoritários.

Episódios como esse do TBOF11 ajudam a entender a qualidade da gestão e o seu nível de alinhamento de interesse com a geração de valor para os seus cotistas e, por consequência, com o desenvolvimento da indústria de fundos imobiliários no Brasil.

A qualidade da gestão é IMPORTANTÍSSIMA, e os números muitas vezes deixam a desejar quando se avalia esse quesito.

3- Não existe ingenuidade no mercado de capitais

Lembre-se de uma coisa.

SEMPRE que você compra, do outro lado tem alguém vendendo.

SEMPRE que você vende, do outro lado tem alguém comprando.

SEMPRE, do outro lado, tem alguém que tomou uma decisão antagônica à sua.

O motivo pode ser qualquer um (remodelagem de carteira, valuation, premissas diferentes, alguma informação privilegiada ou simplesmente necessidade de liquidez), mas isso não muda o fato de que é o veredito é contrário ao seu.

Assim sendo, sempre se pergunte:

Será que estou sendo ingênuo nessa operação?

Será que o fundo que eu invisto está sendo ingênuo nessa operação?

Será que o fundo que eu invisto está querendo me fazer passar por ingênuo em alguma operação que esteja tratando?

Você nunca terá a resposta certa dessas perguntas, mas esses são ótimos exercícios para se lembrar de que não existe ingenuidade no mercado de capitais.

Diversifique, avalie a qualidade da gestão e se lembre sempre que, mesmo perante quem você menos espera, você pode ser o ingênuo da situação.

Conte conosco!

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foto: Rafael Campagnaro
Rafael Campagnaro

Engenheiro mecânico por formação, estuda e investe no mercado de capitais desde 2016. Entusiasta do Value Investing, trabalha com produção de conteúdo informativo e educacional para o mercado financeiro desde que iniciou no universo das finanças. Acredita que o mercado de capitais é uma das alavancas que contribuem para o desenvolvimento da humanidade.

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