CPTS11 vive momento desafiador; veja o que está preocupando analista

CPTS11 vive momento desafiador; veja o que está preocupando analista

O FII Capitânia Securities II (CPTS11) com gestão da Capitânia Investimentos foi um dos fundos imobiliários com maior presença nas carteiras recomendadas deste mês. Porém, muitos investidores não conhecem as estratégias do fundo da Capitânia. Por esse motivo, o professor e analista da Suno, Marcos Baroni, deu a sua opinião sobre o CPTS11 e sua atual estratégia no mercado. 

Referente ao mês de abril, os dividendos do CPTS11 foram de R$1,10 por cota, com um dividend yield de 13,26%. Conforme divulgado em relatório gerencial, o valor da cota CPTS11 está levemente acima do valor patrimonial de sua cota, algo pouco comum entre os fundos de recebíveis. 

Na visão de Marcos Baroni, o fato do CPTS11 ter adicionado mais investimentos em FIIs em sua carteira (mais de ⅓ de seu portfólio), “amassou” seu valor patrimonial, uma vez que grande parte dos fundos imobiliários estão em queda. “Historicamente o valor patrimonial do CPTS11 está em R$97 e R$98. Agora está mais perto de R$92 a R$94. Com a abertura da taxa de juros e com queda dos FIIs, a remacação do VP foi forte”, disse Baroni. 

Porém, o analista ponderou que essa queda do valor patrimonial é uma questão de “momento”. Com a diminuição das taxas de juros e a recuperação das cotações dos FIIs, é possível que o valor patrimonial do CPTS11 chegue ao patamar anterior. 

A estratégia do CPTS11

Em seu último relatório gerencial publicado em abril, a  gestora do fundo disse que sua estratégia consiste em refazer o mesmo tipo de operação desembolsada pelo fundo em termos de risco, mas com uma taxa superior em função do aumento das taxas de juros. Em seu argumento, com os juros elevados, existem maiores oportunidades de compra de CRI no mercado secundário. 

Foi justamente neste ponto que Baroni analisou a estratégia do fundo. “Se você olhar as distribuições do fundo, 40% vem do ganho de capital. Mas quando olhamos para a carteira de CRIs do fundo, sua taxa de retorno médio ponderado, está na faixa de IPCA + 6,5%”, disse o analista da Suno.

Ou seja, a gestão do CPTS11 colocou maior risco ao fundo ao utilizar o “giro de carteira” para aumentar sua distribuição. Além disso, progressivamente, o CPTS11 foi adicionando mais fundos imobiliários em seu portfólio, hoje com quase 35% de todos seus investimentos.  

Baroni comentou que o fundo da Capitânia tem uma gestão que, de fato, é bastante ativa. Mesmo assim, o maior risco de perda de rendimentos do fundo nem é a redução da inflação que, naturalmente afetaria os ganhos nominais dos fundos de CRI. Para Baroni, “é muito mais uma possível perda da capacidade da gestão em continuar girando o portfólio do que efetivamente a baixa da inflação”.

Confira abaixo o vídeo que Baroni explica a estratégia e dá sua opinião sobre o fundo:

A gestora disse em relatório que sua estratégia reduz o risco de sua carteira

Porém, nos seus últimos relatórios, a gestora do CPTS11 reforçou que sua estratégia reduz os riscos do fundo. O fundo refaz o mesmo tipo de transação em termos de risco, porém com uma taxa superior em função do aumento das taxas de juros. 

Na visão da gestora, essa esse giro vem feito com bastante sucesso, “uma vez que o CPTS11 apresentava uma taxa média ponderada de aquisição dos papéis de 5.92% há 12 meses atrás, em Abril/2021, e hoje este número está em 6,40%”, disse a gestora em relatório gerencial. 

 

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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