Fiagros: quais riscos e oportunidades para 2024? veja o que esperar
Os Fiagros vem conquistando cada vez mais investidores, por serem bons pagadores de dividendos. No entanto, alguns riscos devem entrar no radar em 2024.
Os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) vem conquistando mais investidores por serem bons pagadores de dividendos, a maioria em proporções superiores aos investimentos de renda fixa, por exemplo. No entanto, alguns riscos em relação a classe de ativos devem entrar no radar dos investidores, como em toda aplicação de renda variável.
A Guide Investimentos publicou relatório apontando que, com a Selic em queda, os ativos indexados ao CDI devem ter os resultados impactados. Para minimizar os riscos e não perder boas oportunidades, a corretora afirma que neste momento é necessário observar a liquidez dos fundos e sua diversificação.
Para analistas, a queda da Selic deve reduzir os proventos dos fundos agroindustriais. Associado à estimativa de menores preços agrícolas, o risco de faltar recursos para honrar os compromissos cresce no setor.
“Com a Selic em queda, os ativos indexados ao CDI também tendem a sofrer. E a maior parte dos fundos agro é indexada ao CDI. Ou seja, uma redução na rentabilidade dos Fiagros já está contratada”, aponta a equipe da Guide.
A visão dos analistas é de que os proventos de ativos indexados ao CDI devem sofrer mais que os ativos indexados ao IPCA nos próximos dois anos. Além disso, o risco de queda na safra de 2024 em relação a 2023, ameaçada por causa de efeitos do fenômeno “El Niño”, também podem causar impactos na inflação deste ano, fazendo com que ativos indexados ao IPCA tenham uma relação risco-retorno melhor.
De acordo com as projeções da Guide, a Selic deve ficar ao redor de 10% em 2024 e o IPCA em 4%, consequentemente, o retorno dos fundos agro deve ser de 13% a 15% em 2024 (retorno do chamado “carregamento” dos ativos), ou seja, com ganho real em relação às duas operações.
“Considerando isto, acreditamos que fundos com alguma diversificação de indicadores (menos concentrados em CDI) são opções melhores”, aponta a corretora.
Além disso, a gestora aponta que o cenário de risco de quebra de safra faz com que fundos muito concentrados em alguma região ou cultura ofereçam maior risco. A Guide recomenda que as melhores opções são fundos maiores, mais diversificados, tanto em termos geográficos como em termos de indexadores e produtos agrícolas envolvidos.
Fiagros: SNAG11 tem melhor relação risco e retorno
O SNAG11, Fiagro sob gestão da Suno Asset, aparece com a melhor relação entre risco e retorno dos 10 maiores Fiagros da história em patrimônio, considerando as métricas do Índice de Sharpe calculadas pela Economática.
Em janeiro, o Fiagro SNAG11 pagou R$ 0,105 por cota aos seus investidores. Esse valor representa um retorno mensal de 1,04% sobre a cotação de fechamento de dezembro, que era de R$ 10,10. Os dividendos do SNAG11 também correspondem a um retorno anualizado de 13,21%. O pagamento foi do mês foi realizado nesta quarta-feira, 24.
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VGIA11 e KNCA11 são boas opções defensivas, diz Guide
Dentre outras opções recomendadas, o Kinea Agro (KNCA11) é ressaltado como uma escolha defensiva, apresentando menor exposição ao CDI, alta liquidez e robusta diversificação.
Em seguida, a Guide menciona o Valora Agro (VGIA11) como outra alternativa defensiva, embora tenha enfrentado desafios em algumas operações, refletidos no desconto atual de 5% em relação ao valor patrimonial.
Outra opção é o Ecoagro Fiagro (EGAF11), que também tem liquidez acima da média e diversificação robusta por setor e região.
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FIIs vão continuar oferecendo bons retornos, apontam analistas
No segmento de fundos imobiliários, o Hedge Brasil Shopping (HGBS11) e o VBI Logistica (LVBI11) são mencionados como opções com bom potencial de retorno e baixo risco.
O HGBS11, com um dividend yield anual de 12% em 2023, projeta manter dividendos elevados em 2024, graças à natureza pouco cíclica dos shoppings.
Já o LVBI11, com um dividend yield anual de 9% em 2023, promete continuar apresentando bons resultados em 2024 devido à baixa vacância e à reciclagem positiva do portfólio.
Portanto, igualmente como Fiagros, os FIIs, especialmente no setor de tijolo, segundo a Guide, têm uma perspectiva positiva em 2024, quando levando em conta boas escolhas de ativos e diversificação.