FIIs com liquidez: fundos chegam a mais de R$ 10 milhões negociados por dia
FIIs conseguem forte volume de negociação, mesmo eventualmente com preços unitários mais altos para as cotas.
Os fundos imobiliários (FIIs) são conhecidos pela dupla possibilidade de ganho que oferecem aos investidores: os dividendos, distribuídos mensalmente pelos principais fundos de acordo com os resultados obtidos, e o ganho de capital, ou seja, a possibilidade de lucrar com a venda de cotas por melhor superior ao da compra.
Para esse segundo aspecto, geralmente as principais preocupações dos investidores passam pelo preço de aquisição: aproveitar oportunidades em que os FIIs estão a preço baixo, como efeito de movimentações da gestão ou mesmo de cenários macroeconômicos, para garantir uma compra “na baixa”.
O que nem sempre é levado em conta, contudo, é a liquidez dos fundos, ou seja, a velocidade com que o cotista consegue realizar a negociação e receber o dinheiro esperado com o ganho de capital.
Um levantamento da Suno apontou os fundos com maior volume financeiro diário de no mercado secundário da B3 em janeiro, com destaque para o XP Malls (XPML11), que registrou um volume médio próximo a R$ 14,9 milhões, seguido pelo TRX Real Estate (TRXF11), com R$ 12,365 milhões.
O Maxi Renda (MXRF11), com R$ 11,274 milhões, está em terceiro no volume financeiro médio. Ele é considerado o FII mais popular no mercado hoje, sendo o único no Brasil até agora a já ter registrado mais de 1 milhão de cotistas.
O top 5 de volume financeiro médio diário é completado por BTG Pactual Logística (BTLG11), com volume médio diário de R$ 10,579 milhões, e pelo Vinci Shopping Centers (VISC11), com R$ 9,874 milhões.
Veja abaixo os 25 FIIs com maior volume financeiro diário em janeiro:
- XPML11 – R$ 14,892 milhões
- TRXF11 – R$ 12,365 milhões
- MXRF11 – R$ 11,274 milhões
- BTLG11 – R$ 10,579 milhões
- VISC11 – R$ 9,874 milhões
- KNCR11 – R$ 9,365 milhões
- KNIP11 – R$ 9,365 milhões
- HGLG11 – R$ 8,375 milhões
- TGAR11 – R$ 7,541 milhões
- CPTS11 – R$ 7,153 milhões
- HGBS11 – R$ 5,971 milhões
- XPLG11 – R$ 5,034 milhões
- VGHF11 – R$ 4,489 milhões
- PVBI11 – R$ 4,314 milhões
- IRDM11 – R$ 4,203 milhões
- VGIR11 – R$ 4,105 milhões
- KNRI11 – R$ 3,852 milhões
- HGCR11 – R$ 3,783 milhões
- LVBI11 – R$ 3,744 milhões
- RBRY11 – R$ 3,734 milhões
- GALG11 – R$ 3,625 milhões
- HSML11 – R$ 3,489 milhões
- MCCI11 – R$ 3,399 milhões
- BCFF11 – R$ 3,335 milhões
- KNHY11 – R$ 3,312 milhões
FIIs e liquidez: preço não afeita volume
O resultado dos FIIs com maior volume financeiro mostra que não há relação direta entre a liquidez das cotas e seu valor de mercado: dos cinco ativos com maior volume financeiro de negociações, apenas o MXRF11 é considerado um fundo “base 10”, ou seja, com valor de mercado próximo dos R$ 10, o que tornaria as cotas mais atraentes para investidores de menor porte – entre eles os iniciantes no mercado de fundos imobiliários, que chegou a 2,5 milhões de cadastrados no fim de 2023.
Por causa dessa percepção, vários fundos realizaram ao longo do segundo semestre o chamado “desdobramento” de cotas, que consiste no aumento proporcional das cotas para cada investidor, mas com menor valor individual, sem afetar o valor patrimonial do fundo. Segundo os analistas, a medida cria uma pulverização de cotistas, com potencial de ampliação da base, e tende a facilitar a liquidez dos papéis.
De fato, a decisão amplia as negociações se considerado o volume de cotas, mas sem interferência direta no valor negociado pelos FIIs. Por exemplo, o MXRF11 tem uma média de 1 milhão de cotas negociadas por dia, enquanto o XPML11 movimenta um número bem menos de cotas, cerca de 129 mil por dia. Seu valor de mercado, no entanto, nunca foi inferior a R$ 114 neste ano, considerando os preços de fechamento, o que levou a negociações próximas a um volume de R% 15 milhões diários.