FIIs em queda e dividendos em alta: o novo normal dos FIIs?
Não é novidade para ninguém os FIIs em queda. Prova disse é que o IFIX, principal Índice de fundos imobiliários da Bolsa, fechou em queda de 0,56%, aos 2.704 pontos, nesta última segunda-feira. Na verdade, o índice fechou ontem sua sétima baixa consecutiva. Mas os rendimentos seguem na mesma linha das cotações?
De acordo com o analista da Suno Marcos Baroni, o cotista não deve olhar apenas o preço de tela dos fundos imobiliários. Ele afirmou em seu canal no Youtube: “a gente talvez esteja vivendo uma assimetria importante do mercado”. Neste caso, a assimetria citada por Baroni refere-se aos FIIs em queda através de suas cotações, mas com dividendos crescentes.
O analista exemplificou seu argumento dizendo que o mês de janeiro de 2022 foi pago rendimentos recordes. “Se eu pegar a nossa carteira e imaginar que eu tivesse apenas uma cota de cada fundo, esse rendimento por cota somado foi o maior da história recente dos fundos imobiliários e da carteira da Suno, que é de 2017 para cá”, destacou o analista.
Por isso, em sua visão, a queda das cotas não significa que tudo está perdido. “Os rendimentos são os nossos faróis. Mesmo sendo contra intuitivo observar o preço das cotas caindo, precisamos ficar de olho nos rendimentos”, reforçou Baroni.
De fato, o preço das cotações do IFIX reforça o saldo negativo das últimas semanas. O índice de fundos imobiliários acumula queda de 0,79% em março. Em 2022, o principal índice caiu 3,57%, sendo que nas últimas 52 semanas a baixa é de 4,71%.
A inflação e os juros explicam os FIIs em queda
Na visão da XP, o cenário macroeconômico explica as recentes quedas das cotas dos fundos imobiliários. “O aumento da taxa de juros Selic atingindo o patamar de 10,75% a.a., permanece pressionando as cotas dos fundos imobiliários no mercado secundário”, afirmou a corretora.
Em março, a XP ressaltou que os FIIs mais lembrados de várias carteiras recomendadas, caíram mais do que a média. A queda desses fundos foi de 1,29%. No período, o Ifix caiu menos, em 0,79%.
Deste modo, a corretora recomenda em suas carteiras um maior percentual de ativos considerados defensivos, com maior ênfase nos fundos de recebíveis (FIIs de CRI) e com bons ativos de tijolo, principalmente do segmento logístico.