Setor de lajes corporativas superou a pandemia, apontam analistas no FIIs Experience

Mercado já começa a se aproximar dos dados de 2019, após dúvidas despertadas pela ascensão do home office, segundo falas no FIIs Experience.

Setor de lajes corporativas superou a pandemia, apontam analistas no FIIs Experience
Mercado de escritórios foi debatido no FIIs Experience

Uma das grandes incógnitas do setor de fundos imobiliários nos últimos anos foi descobrir se o setor de lajes corporativas resistiria à pandemia da covid-19, que levou à reclusão da população e ao crescente uso do home office como alternativa de trabalho. Alguns anos após a poeira baixar, o segmento não só resistiu como vem crescendo e se aproximando dos índices registrados antes de 2020. A análise foi apresentada durante o FIIs Experience, evento organizado pela Suno Investimentos e realizado nesta terça-feira (21), na Arena B3, em São Paulo.

No painel intitulado “Lajes Corporativas: Será o fim ou um novo começo?”, o CEO da SiiLA, Giancarlo Nicastro,  e o gestor da BGR, Martin Andres Jaco, analisaram os números registrados no setor em São Paulo e chegaram à conclusão de que o mercado tem margem de aquecimento para o futuro.

“O mercado imobiliário sempre foi cíclico. Claro que durante a pandemia houve um temor maior, mas não houve e nunca haverá um fim para as lajes corporativas. O que sempre teremos são adaptações”, comentou Nicastro, gestor de empresa especializada em análises sobre o mercado imobiliário, especialmente nos setores de escritórios, galpões logísticos e shopping centers.

Ele aponta um crescimento na procura por imóveis já no primeiro trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado, e uma redução na taxa de vacância, de 21,08% para 20,46%. “Ainda não estamos no ideal, que é em torno de 15%, mas registramos uma queda”.

Jaco pontua que esses números têm margem para crescer e aquecer ainda mais o setor de fundos de lajes corporativas. “Ao todo os FIIs representam uma área de mais de 1,3 milhão de metros quadrados, o que equivale a menos de 10% de todo o mercado de escritórios em SP. Então o setor tem muito o que crescer”, projeta. 

FIIs Experience: analistas destacam importância da qualidade

Giancarlo Nicastro explica que uma medida importante para que um imóvel possa integrar o mercado de fundos imobiliários é que haja investimento na qualidade do ativo. “E isso é mensurado pela visão do ocupante. Se a gente não entender isso, não adianta tomar nenhuma decisão”.

Martin Jaco coloca alguns itens que são primordiais para um edifício de lajes corporativas atingir um patamar mínimo de qualidade: Boas especificações técnicas, transporte público acessível e uma rede de serviços na laje e no entorno estão entre eles. “Geralmente apenas o primeiro item era levado em conta, mas isso começa a mudar”.

Os painelistas se mostraram reticentes com a forma como é vendido o conceito de “imóvel boutique”, em que se apregoam muitos serviços e características especiais. “Se o imóvel for pequeno não haverá margem para uma empresa crescer nela e ele precisará sair. Isso resulta em ciclo curto das empresas e ampliação da vacância”, pondera Martin Jaco.    

Por fim, ambos fizeram projeções sobre o futuro dos FIIs de lajes corporativas: “O uso de espaços antes ignorados, como o rooftop, já começou a ser usado, a exemplo do que acontece em lugares como Nova York. É uma tendência, comentou Nicastro.

“Fiz muitas críticas à Faria Lima porque se investiu muito pouco em serviços, mas estão mais atentos a isso agora e é um mercado que deve se ampliar”, concluiu Jaco, encerrando o debate sobre lajes corporativas no FIIs Experience.

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