FIIs de shopping registram pior desempenho do mercado no começo de outubro

FIIS registram recuo médio superior a 1,5% nos primeiros pregões do mês, de acordo com levantamento da iTrix.

FIIs de shopping registram pior desempenho do mercado no começo de outubro
Catarina Outlet é um dos ativos do XPML11 - Foto: Divulgação

Os FIIs de shopping registraram o pior desempenho do mercado de fundos imobiliários no começo de outubro, com queda de 1,57%, em média, registrada nos primeiros quatro  pregões do mês.

Os números foram divulgados pela iTrix, plataforma da TRX Investimentos, e consideram o fechamento da sexta-feira (4) em comparação com a cotação dos FIIs no dia 30 de setembro.

Nesse período, o IFIX acumulou queda de 0,99%, e todos os segmentos do mercado de fundos imobiliários medidos pela empresa registraram resultado negativo:

No ano, os resultados são negativos para a maioria dos segmentos, à exceção dos FIIs de papel. Já o acumulado dos últimos 12 meses, com encerramento em 4 de outubro, é positivo para quase todos os segmentos, à exceção dos escritórios, que derrubam a marca dos FIIs de tijolo como um todo. Veja o quadro abaixo:

RentabilidadeNo MêsNo AnoÚltimos 12 meses
IFIX-0,90%-1,06%2,87%
iTrix Tijolo-0,81%-3,88%-0,42%
iTrix Papel-0,99%2,32%7,30%
iTrix Varejo-0,06%-2,75%2,89%
iTrix Galpões-0,46%-0,37%1,32%
iTrix Escritórios-0,86%-11,60%-9,53%
iTrix Shopping-1,57%-4,46%1,04%
Fonte: iTrix

FIIs em queda: veja o que diz analista

O atual momento macroeconômico, com Selic em elevação, é considerado desafiador para os FIIs como um todo, segundo Leonardo Garcia, analista de fundos imobiliários do Trix. “Esse desempenho negativo reflete o receio do mercado quanto à possibilidade de novos aumentos na taxa Selic, entre outros fatores de risco”, explica o especialista.

Elevada para 10,75% ao ano na última reunião do Copom, em 18 de setembro, a Selic pode subir mais um ponto até dezembro, pelo menos de acordo com as estimativas do boletim Focus das últimas duas semanas.

Esse cenário é considerado ruim para os FIIs de tijolo, que lideram diretamente com edifícios reais, ainda que os mercados de shoppings e galpões tenham mantido forte movimentação, com muitas negociações de grande porte realizadas nas últimas semanas, e que a agência Moody’s tenha elevado a nota de crédito do Brasil. 

Já os FIIs de papel com maior exposição a títulos atrelados ao CDI são vistos de forma mais vantajosa, com possibilidade de crescimento na receita diante da elevação da taxa, que acompanha a variação da Selic. Analistas e gestores alertam, contudo, que o custo mais alto do crédito pode ampliar o risco de inadimplência, o que exige atenção do investidor para a qualidade do portfólio de um fundo antes de realizar uma alocação.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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