Fundos imobiliários de escritórios: Rebouças deve ter queda de vacância, diz consultoria
Fundos imobiliários que investem em lajes corporativas na região podem apresentar maior chance de valorização.


Uma novidade para os fundos imobiliários que atuam na gestão de lajes corporativas (escritórios) ao longo de 2025 deve ser a redução da vacância na região da Avenida Rebouças, na zona oeste de São Paulo.

Dados da consultoria Binswanger Brazil apontam que os edifícios da região, considerada uma novidade no mercado corporativo, têm obtido aumento na média dos preços de locação pedidos, apesar da taxa de vacância elevada – decorrente justamente do fato de ser um mercado novo.
Segundo levantamento da empresa, a região encerrou 2024 com valor médio de locação pedido por metro quadrado de R$ 147,17, o que representa valorização de 9,2% na comparação com o último trimestre de 2023 e alta de 2,22% ante o terceiro trimestre do ano passado.
A região atrai inquilinos de escritórios, principalmente do setor financeiro, que buscam localização próxima à Avenida Faria Lima, mas com preços médios menores, e empreendimentos mais atualizados e eficientes do que a maioria dos edifícios da Avenida Paulista, que também é próxima. A boa oferta de transporte público é outro fator.que favorece a Rebouças.
Para efeito de comparação, o valor médio por metro quadrado locado na Faria Lima era de R$ 208,06 no fim do ano. Se considerado somente o trecho mais disputado da avenida, chamado pela Binswanger de “Faria Lima Prime”, o preço médio chegava a R$ 262,18.
Fundos imobiliários de escritórios: mais sobre a região da Rebouças
À medida que os novos empreendimentos da Rebouças forem ocupados, a taxa de vacância da região tende a diminuir, na avaliação da Binswanger Brazil. A região é uma das últimas áreas centralizadas a ter estoque disponível a preços considerados competitivos. A diminuição da parcela de espaços vagas em relação ao total deve ocorrer pelo menos até a entrega do empreendimento Biosquare, previsto para 2026.
Em construção na Rebouças, há 39.229 metros quadrados de escritórios com previsão de entrega até 2026. Há outros 32 mil metros quadrados em projetos, chegando ao total de 71.231 metros quadrados de lajes corporativas, segundo levantamento da consultoria.
De outubro a dezembro de 2024, três empreendimentos – Oscar dos Santos Emboaba, JMA Corporate Boutique e Capote 210 –, com área bruta locável (ABL) que soma 32 mil metros quadrados, passaram a compor o estoque da Rebouças, quase dobrando o total de edifícios desse mercado. Com a entrada do novo estoque, a vacância saltou de 22,4%, no terceiro trimestre, para 44,2% no quarto trimestre.
No fim de 2024, a área total de escritórios da Rebouças era de 97.957 metros quadrados, ou seja, 120% superior à do encerramento de 2023, de acordo com a Binswanger. Apesar desse incremento expressivo, a taxa de vacância caiu 15,7 pontos percentuais se comparada aos 59,9% do fim de 2023, o que deixa claro que há demanda pelos prédios de lajes corporativas da região.
No quarto trimestre, houve absorção líquida – novos aluguéis menos devoluções – de 4.164 metros quadrados de escritórios na Rebouças, com queda de 61% em relação ao intervalo de julho a setembro.
Vale lembrar que, antes de investir num segmento de fundos imobiliários altamente descontado, como as lajes corporativas, é importante conhecer o portfólio de imóveis do fundo para acompanhar, entre outros fatores, a localização dos imóveis. Fundos com propriedades em regiões consideradas de bom potencial tendem a apresentar maior possibilidade de valorização no médio e longo prazo.