Fundos imobiliários estão valendo a pena? Veja o que diz especialista
Fundos imobiliários tiveram forte alta ao longo do primeiro semestre. Vale a pena entrar agora nesse tipo de investimento?


O professor Marcos Baroni, head de fundos imobiliários da Suno, acredita que o mercado de fundos imobiliários ainda apresenta oportunidades relevantes de valorização para os investidores, mesmo depois de o IFIX alcançar suas máximas históricas no início do mês de julho e enfrentar um período de retração na sequência.

A avaliação foi feita durante a live Raio-X do 2º Trimestre, parte da Semana do Assinante da Suno. Em sua participação, Baroni destacou que parte da recuperação do IFIX ao longo do primeiro semestre foi puxada pela distribuição de dividendos, e não pela valorização das cotas — o que sugere espaço adicional de crescimento e valorização de muitos ativos.
O especialista destacou que o mercado de FIIs segue com preços descontados em relação ao valor patrimonial, e que muitos fundos imobiliários seguem entregando proventos atrativos e regulares. Isso reforça o apelo da classe de ativos mesmo diante de um cenário de juros ainda elevados.
“Quando a alta vem muito dos proventos, isso mostra que o mercado ainda não precificou totalmente o valor dos ativos, deixando espaço para ganhos futuros”, diz Baroni. Ele acrescenta que o investidor que estiver atento à composição da carteira pode identificar boas oportunidades de entrada e aproveitar esse momento para construir posições de longo prazo. “Há espaço para retornos consistentes para quem souber escolher com critério e manter a disciplina no investimento”, diz o especialista.
Fundos imobiliários: o que olhar antes de escolher um ativo?
Segundo Baroni, é fundamental olhar além do patamar do índice e avaliar os fundamentos dos fundos que o compõem. No caso dos fundos de tijolo, segmento amplo que inclui galpões logísticos, shoppings, imóveis corporativos e de varejo, é preciso analisar com atenção alguns indicadores:
- localização dos imóveis;
- índices de vacância;
- qualidade dos ativos;
- duração dos contratos;
- diversificação dos locatários;
- percentual de edifícios BTS (built to suit) no portfólio.
“Se o edifício é crucial para a operação da empresa, por exemplo um imóvel logístico com refrigeração, dificilmente ela vai sair e o imóvel não terá problemas com vacância”, aponta Juan Macedo, consultor de investimentos da Suno Consultoria.
No caso dos fundos imobiliários de papel, que atuam na comercialização de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), a dica dos especialistas é optar por diversificação e priorizar fundos “high grade”, considerados mais defensivos, que privilegiam a aquisição de papéis com melhor relação entre o risco e a rentabilidade.