Quais os melhores FIIs para bater a inflação? Veja o que dizem esses especialistas
No maior evento de fundos imobiliários do Brasil, o FII Experience, diversos especialistas conversaram sobre o potencial de preservação do patrimônio dos investidores por meio dos FIIs, nesta quinta-feira (21), na Arena B3.
Sejam os fundos imobiliários de tijolos, que investem diretamente em imóveis, ou os FIIs de papéis, que operam o mercado de crédito imobiliário, ambos são eficientes na geração de valor aos cotistas.
Para Luiz Augusto F. do Amaral, sócio fundador da TRX, a geração de lucro com imóveis acontece principalmente no momento da compra, não no momento da venda, a partir da aquisição do ativo por um preço “certo”. Esse é o “segredo” de um bom fundo de tijolo.
Ele usa o próprio fundo TRXF11 como exemplo, que tem 98% de contratos atípicos com prazos longos. “Então, no nosso caso, temos conseguido repassar de maneira muito consistente o incremento da inflação para o aluguel”, explica Amaral.
Já Rodrigo Abbud, Sócio fundador e head do segmento de office da VBI, destaca que imóvel precisa proteger o investidor da inflação, e explica que o lastro dos dividendos distribuídos pelos FIIs vem dos contratos de locação por trás do ativo de tijolo.
Nesse sentido, para que a gestão consiga trazer ao investidor proteção contra a inflação, é muito importante observar o tipo de imóvel, a qualidade e sua localização.
Gustavo Asdourian, sócio fundador da Guardian e gestor do GALG11, concorda que o valor dos imóveis “tem que refletir a inflação”, já que o preço de todo material usado para construir imóveis geralmente acompanha o avanço dos índices inflacionários e, portanto, então em algum momento isso deve se refletir no preço dos ativos dos FIIs.
É o melhor momento de investir em FIIs de papel?
Rodrigo Possenti, gestor do VRTA11, comenta que estamos num momento importante para investir em fundos de papel. Isso se dá pelo contexto macroeconômico, “com taxa de juros caindo e inflação já arrefecida”, destaca. O gestor comenta que os fundos atrelados ao IPCA são os que protegem o investidor da perda de potencial de compra, pontuou.
Além disso, o gestor comentou sobre as diferenças dos fundos de papel em relação aos fundos de tijolo, destacando que enquanto no primeiro, é possível ‘soltar’ o rendimento da inflação mês a mês, no caso do segundo, há a indexação dos aluguéis, que corrigem o aluguel uma vez por ano.
Na visão de Vitor Duarte, CIO da Suno Asset, a taxa de juros, a Selic, em queda, movimento que já começou a acontecer, melhora a perspectiva em relação à capacidade das empresas e dos empreendimentos de pagar as suas dívidas.
“A pior parte dos riscos está acomodada. Como não entrou dinheiro novo, quem conseguir captar, acho que vai conseguir alocar numa boa relação risco-retorno ainda neste mercado de CRIs”, disse Duarte.
A migração para os fundos imobiliários de tijolos
Neste sentido, Brunno Bagnariolli, sócio da Jive e CIO da Mauá, destacou que o segmento de papel é mais defensivo frente ao segmento de tijolo, e que o momento atual a migração para de FIIs de recebíveis para tijolo é bastante natural.
Bagnarolli explica que os fundos de papel foram muito bem durante o período de inflação elevada.
Porém, o momento atual “o ciclo está ‘com cara’ de que vai melhorar, sendo natural que os investidores migrem para a classe de risco, que são os fundos imobiliários de tijolos”, destacou o gestor do MCCI11 e MCHF11.