É hora de investir em fundos imobiliários de lajes corporativas?

O CEO da BR Properties, Martín Jaco, explica quando os fundos de lajes corporativas são oportunidades, ou quando é para "ficar longe"

É hora de investir em fundos imobiliários de lajes corporativas?

Segundo levantamento da XP, os fundos imobiliários de lajes corporativas possuem os maiores descontos em relação aos seus valores patrimoniais. Esse cenário oferece oportunidades de investimentos? Martín Jaco, CEO da BR Properties e responsável pela gestão do BROF11, disse que sim, mas o investidor precisa ficar atento.

Em entrevista ao Funds Explorer publicada na última terça-feira (24), Jaco comenta que há fundos imobiliários de escritórios com descontos entre 30% a 45%. Porém, nem todos são boas opções de investimentos. Afinal, o investidor precisa entender as possíveis razões da queda dos preços desses FIIs.

“Uns estão com esses descontos por causa do problema de qualidade do seu portfólio. Outros fundos simplesmente estão descontados porque o mercado ainda não está no radar dos investidores, comenta Jaco.

No geral, o responsável pela gestão do BROF11 diz que o maior impacto do mercado de escritórios está relacionado aos fundos com ativos mal localizados.

Com o fim da pandemia, os fundos de shoppings performaram melhor, já os de FIIs lajes corporativas, foram mais lentos. “Exatamente aí que está a maior oportunidade para o investidor”, destaca o gestor.

As oportunidades no mercado de escritórios

Jaco cita que os edifícios de qualidade continuaram com alta ocupação. “No Rio de Janeiro o BROF11 tem o Passeio Corporate, com 95% de ocupação”.

Na Faria Lima, em São Paulo, a média de vacância é baixa, em torno de 5%. “O que não tivemos ainda foi a recuperação de valores”, lamenta o CEO da BR Properties. Como são contratos longos de locação, o fundo não consegue revisar os valores.

Portanto, os fundos com portfólio de qualidade e preço abaixo do patrimonial ganham destaque. “Em primeiro lugar, como as cotas estão com valores mais baixos, a rentabilidade dos FIIs estão mais elevadas”, comenta o CEO. Ele lembra que o próprio BROF11 paga dividendos próximos a 9% de dividend yield. “Outros fundos do setor também estão próximos disso”.

E a medida diminui essa diferença entre o valor patrimonial e o valor de mercado, o cotista pode capturar um ganho de capital.

Novamente, Jaco adverte que não é qualquer fundo de lajes corporativa. O investidor precisa entender os ativos que estão dentro do fundo, a localização dos imóveis e a diversificação dos inquilinos.

Conheça o BROF11

O BRPR Corporate Offices (BROF11) visa gerar valor para o acionista por meio de investimentos em imóveis comerciais (lajes corporativas), estrategicamente localizados nas principais regiões do País.

O FII possui um imóvel no Rio de Janeiro e outro em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. O último dividendo divulgado foi neste mês de outubro, no valor de R$ 0,54/cota. Esse valor equivale a um dividend yield anualizado de 9,6%.

O fundo imobiliário BROF11 está na bolsa de valores desde abril de 2023, com um patrimônio líquido de R$ 1,23 bilhão e uma base de 7.567 investidores.

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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