FIIs emendam 4º dia de queda, e IFIX cai a pior índice desde junho de 2023
Mercado de FIIs recuou mais de 1% no primeiro pregão de dezembro; B3 anunciou primeira prévia para composição do IFIX a partir de janeiro.
O mercado de FIIs voltou a registrar forte queda nesta segunda-feira (2), e o IFIX fechou em seu pior resultado em quase um ano e meio, ainda na esteira na valorização do dólar, da reação negativa do mercado ao pacote fiscal do governo e as projeções de Selic em elevação ao longo de todo o ano que vem.
O IFIX fechou o dia em 3.103,42 pontos, queda de 1,08% em relação ao resultado de sexta-feira – a maior do ano para apenas um só dia, superando a quinta-feira passada, quando o recuo foi de 1,03%.
É o pior fechamento para o índice de FIIs desde 23 de junho do ano passado, quando o resultado foi de 3.106,81 pontos. Aquele, no entanto, era um momento de alta, em que o mercado esperava o início de um ciclo de queda da Selic, que começaria em julho, e o mercado de fundos imobiliários acumulava sucessivos recordes.
Naquele dia, por exemplo, o acumulado em relação ao início do ano era positivo, em mais de 8%; desta vez, o resultado é 6,28% menor do que o último dia útil de 2023 e a projeção é de mais queda, acentuada na semana passada após a apresentação do pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e considerado insuficiente pelo mercado.
Com isso, o dólar subiu e as projeções para alta da Selic se elevaram. No Boletim Focus desta segunda-feira, a estimativa para a reunião do Copom da semana que vem seguiu em nova alta de meio ponto, para 11,75%. Já para o fim de 2025, a projeção subiu para 12,63%.
Para o mercado de FIIs, a projeção de Selic elevada é ruim porque reduz a demanda dos investidores, que tendem a buscar investimentos de renda fixa com maior rentabilidade e menor risco. Por outro lado, fundos que atuam em negociações de CRIs atreladas ao CDI tendem a obter uma receita mais alta, devido ao aumento dos custos da dívida – ao mesmo tempo, essa alta aumenta o risco de inadimplência, dependendo da situação financeira do devedor.
Há um outro ponto que pode ser visto como positivo: a queda nos preços faz com que a rentabilidade dos fundos também cresça, principalmente no caso daqueles que conseguem manter a estabilidade na distribuição de dividendos – que são isentos de tributação, ao contrário das operações de renda fixa. Além disso, o investidor disposto a esperar uma nova mudança nos ventos tem a chance de obter ganho de capital no médio e longo prazo, já que muitos fundos vêm sendo negociados abaixo de seu valor patrimonial.
FIIs oscilam: veja altas e baixas do dia
O MXRF11 registrou queda de 0,22%, cotado a R$ 9,26, no primeiro pregão depois de anunciar o aumento no patamar de dividendos, a R$ 0,10 por cota, para pagamento no próximo dia 13. O fundo passou de 2 milhões de cotas negociadas ao longo do dia.
O RCRB11 registrou a queda mais acentuada, de 8,09%, negociado a R$ 122,24, depois de registrar a maior alta na sexta-feira, quando subiu 6,98%, fechando a R$ 133,00. Entre as principais baixas ficou o RBRR11, com 1,42% de valorização, cotado a R$ 81,29.
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
O IFIX é o principal índice do mercado de fundos imobiliários. Sua carteira teórica conta com 114 FIIs de todos os segmentos, que são selecionados pela B3 a partir de indicadores como valor patrimonial, regularidade nos dividendos e liquidez das cotas, entre outros fatores.
Nesta segunda-feira (2), foi anunciada a primeira prévia para a próxima composição, que valerá de janeiro a abril. A lista tem 117 FIIs, com a inclusão dos fundos imobiliários BBIG11, ICRI11, ITRI11 e LIFE11 e a exclusão do ZAVI11, que tinha entrado no índice na última mudança, em setembro.