SNAG11 renova máxima histórica após manter dividendos em patamar recorde

Fernando Cesarotti

• 12/12/2025 às 18:45
• 3 minutos de leitura

Atualizado em: 12/12/2025 às 18:45

O SNAG11, Fiagro da Suno Asset voltado ao crédito agrícola, manteve pelo segundo mês consecutivo a distribuição de dividendos em seu maior patamar após três anos de atuação, no valor de R$ 0,13 por cota. O anúncio puxou a cotação do fundo para sua máxima histórica, ajustada por dividendos, com negociação acima de R$ 10,70 durante a maior parte do dia. 

A distribuição tem um dividend yield mensal de 128%, considerando o preço de fechamento em 28 de novembro, de R$ 10,17. Isso significa que o SNAG11 já acumula mais de 5,5% de valorização em dezembro. 

Anualizado, o rendimento do fundo superou os 17% em novembro, beneficiado por um desconto atrativo no preço registrado até a primeira quinzena de outubro, abaixo de R$ 10 – cotação que parece ter ficado no passado. 

O pagamento dos dividendos do SNAG11 será em 23 de dezembro, de acordo com o número de cotas detidas pelos investidores ao fim do pregão da próxima segunda-feira (15). Isso significa que quem comprar os papéis até esse dia terá direito à distribuição já neste mês, antes do Natal.

Confira os dividendos distribuídos pelo SNAG11 nos últimos 12 meses:

A valorização veio numa semana em que o momento otimista do mercado de Fiagros e do agronegócio voltou a enfrentar ruídos, após a aprovação do plano de recuperação judicial da Belagricola, empresa distribuidora de insumos com forte atuação no norte do Paraná. Pelo menos um Fiagro, o JGPX11, declarou ter cerca de 5% de seu patrimônio líquido alocado em CRAs emitidos pela empresa, mas informou que, a princípio, a aprovação do plano não deve impactar a distribuição de dividendos. 

A notícia, porém, causou burburinho no mercado, num momento que vem marcado por boas notícias tanto no cenário macroeconômico, com expectativas otimistas para a safra 2025/2026, quanto nas atividades do fundo. 

SNAG11 mantém carteira 100% em dia 

Com patrimônio líquido de R$ 628 milhões, o SNAG11 mantém sua carteira com 100% de adimplência e registrou em outubro um lucro suficiente para aumentar os dividendos, para R$ 0,13 por cota, e ampliar sua reserva de resultados, que fecharam o mês em R$ 0,156 por cota.

O SNAG11 tem hoje uma carteira com 264 diferentes devedores, com spread médio de CDI + 3,69% e duration (prazo médio de vencimento) de 4,84 anos. O fundo financia principalmente a cultura da soja e a indústria de laticínios, por meio de um CRA emitido pela Leitíssimo que equivale a 9% do PL.

Entre as boas notícias no cenário macro, o IBGE divulgou nesta semana que a produção de soja de 2026 deve superar em cerca de 1% o resultado da safra de 2025, saltando de 165,9 milhões de toneladas, na projeção atualizada deste ano, para 167,5 milhões. A área de colheita também deve crescer, além da produtividade média.

Além disso, dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que as exportações do agronegócio cresceram 25,8% em novembro na comparação com o mesmo mês em 2024, chegando a US$ 5,65 bilhões. No acumulado do ano, o crescimento é de 5,0%, para US$ 71,95 bilhões. A performance foi impulsionada principalmente por soja, milho, café, proteína animal e açúcar, alguns dos pilares da balança comercial brasileira.
Assim, apesar de eventuais sustos e sinais de alerta, considerados normais no mercado de crédito, o tom de confiança se mantém predominante entre os investidores. E o SNAG11 permanece como uma opção segura entre veículos que operam na cadeia produtiva com um perfil high grade, em que a tranquilidade dos investidores é elemento fundamental.