SNAG11 renova máxima histórica com Data Com e projeções otimistas para a soja
O Fiagro SNAG11, criado pela Suno Asset para investimento no agronegócio, renovou sua máxima histórica ajustada por dividendos, durante o pregão da última sexta-feira (14), em meio à movimentação positiva propiciada pela Data Com e às projeções de aumento na produção de soja na safra de 2026.

O SNAG11 fechou a sessão de sexta em seu maior valor nominal do ano, a R$ 10,22. Desde o início do mês, a cotação acumula alta de 6,24%, considerando o fechamento em 31 de outubro, a R$ 9,62. No ano, o Fiagro acumula 13,43% de valorização nominal, considerando o fechamento em R$ 9,01 em 30 de dezembro de 2024.
A valorização se acentuou após o anúncio dos dividendos do SNAG11, de R$ 0,13 por cota, o valor mais alto desde a listagem do fundo, há mais de 3 anos. O pagamento será em 25 de novembro, de acordo com a posição dos investidores ao fim do pregão de sexta-feira.
A distribuição representa uma rentabilidade mensal de 1,35%; anualizado, o dividend yield do fundo fica próximo de 16%. Esse valor significa, ainda, um aumento de 30% sobre os dividendos pagos 12 meses atrás, em novembro de 2024, de R$ 0,10 por cota.
SNAG11 se beneficia de momento otimista
Na visão da Suno Asset, o SNAG11 vem se beneficiando de um momento otimista para o agronegócio, provocado pelos bons resultados do setor. Na última sexta-feira (14), o IBGE publicou uma nova projeção para a safra de 2025, ampliando a produção esperada até o fim do ano para 345,6 milhões de toneladas, 18,1% maior que a obtida em 2024.
O órgão publicou também a primeira projeção de safra para 2026, com resultado mais modesto, de 332,7 milhões de toneladas. No caso da soja, porém, principal produto agrícola do país e o mais presente na carteira do SNAG11, a estimativa é de crescimento de 1,1% na produção, para 167,7 milhões de toneladas, com aumento tanto na área plantada como na produtividade média por hectare.
A alta nos dividendos, segundo a Suno Asset, se deve à combinação entre o cenário macroeconômico, em que os juros elevados ampliam o potencial de receita da carteira, e à resiliência da carteira, que segue livre de registros de inadimplência. Hoje, o SNAG11 conta com um patrimônio líquido de R$ 620,2 milhões, alocado majoritariamente em operações de crédito remuneradas pelo CDI.
A carteira é pulverizada entre mais de 250 devedores e montada a partir de um perfil high grade, com financiamento de várias culturas — a soja predomina, mas o SNAG11 financia também empresas dos setores de café e laticínios. Todos esses devedores são monitorados pelo Agro Score, ferramenta da Serasa Experian que permite acompanhar de perto o status e o risco de crédito de seus devedores.
Alta liquidez e estabilidade no longo prazo
Com isso, o SNAG11 vem se consolidando desde o ano passado como um dos Fiagros mais negociados do mercado, com liquidez média diária acima de R$ 1,5 milhão em outubro. Desde o início do ano, o volume médio de negociações do fundo vem se mantendo acima de R$ 1 milhão por dia. Na sexta, dia de Data Com, a liquidez superou R$ 2,6 milhões.
Outro fator que vem contribuindo para a valorização do SNAG11 é a percepção de que os Fiagros — o mercado de capitais como um todo — são cada vez mais necessários ao financiamento ao agronegócio, num cenário de recursos públicos escassos. O fato de ser um fundo listado, em que não há resgates do patrimônio pelos investidores, permite que o time de gestão possa oferecer financiamentos de longo prazo, para aquisição de equipamentos e obras de infraestrutura.
Esse tipo de estruturação permite projetar o fluxo de receitas num cenário de prazo mais longo e, assim, garantir previsibilidade nas receitas do SNAG11 e, consequentemente, estabilidade no pagamento de dividendos.