Tendência para os fundos imobiliários em 2023 é positiva, diz gestor do RECR11
O ano de 2022 não foi fácil para os fundos imobiliários, mas as perspectivas para os FIIs em 2023 são bem mais otimistas, na avaliação de Moise Politi, gestor responsável pelos fundos imobiliários da REC Gestão de Recursos.
Um dos pioneiros do mercado de FIIs, Politi tem sob sua direção quatro fundos: RECR11, RECT11, RELG11 e RECX11. Em sua visão, 2023 será um ano de inflação controlada, juros decrescentes e crescimento econômico, o que ajudará os fundos imobiliários.
“Vai ser um ano positivo”, afirmou o gestor da REC sobre as perspectivas para 2023. Segundo ele, o cenário econômico deve beneficiar as distribuições de dividendos dos FIIs e a valorização das cotas.
Para o gestor, este é um bom momento para investir em FIIs. “Quem quiser investir em fundo imobiliário tem que ter uma visão de médio a longo prazo, mas pode começar agora. Até o fim do ano, estamos em um bom ponto de compra”, afirma.
Investimento em fundos imobiliários trouxe desafios em 2022
Ao longo de 2022, o mercado de fundos imobiliários enfrentou vários desafios. Entre eles, a volatilidade do mercado em virtude do aumento da taxa de juros e as repercussões do processo eleitoral. Além disso, os impactos da pandemia afetaram os resultados dos fundos imobiliários.
Para piorar, no mercado secundário houve grande queda nas cotas dos FIIs. E quando isso acontece, lamenta Politi, “o investidor perde a paciência com os fundos”.
Para os FIIs, isso é negativo, pois a possibilidade de fazer emissões e aumentar patrimônio fica cada vez mais distante.
Lajes corporativas e fundos de papel na visão do gestor da REC
Os dois elementos que mais prejudicaram os fundos foram as taxas de juros mais altas e o aumento do home office.
Esse ponto foi mais decisivo nos fundos de lajes corporativas, com o aumento da vacância. Na área de fundos de papel, houve um componente extraordinário: três meses de deflação.
Mesmo com esses desafios, a gestora conseguiu ir na contramão do mercado. “A REC conseguiu reduzir a vacância no fundo do RECT11, saindo de 33% para 11% de vacância”, destacou Politi.
Já em relação aos fundos de papel, o gestor tem convicção que o RECR11 voltará a pagar patamares atrativos ao investidor. “Ele vai ter certamente uma apreciação porque o IPCA já está mostrando os sinais positivos.”
Politi também destacou o desempenho do FII RECX11, que é um fundo de fundos, por ser um dos FIIs com maior maior rendimento entre seus pares.
Os juros vão continuar decolando? A gestora do RECR11 acha que não
A taxa de juros elevada é uma das maiores culpadas pela crise dos FIIs em 2022, mas não deve continuar nos mesmos níveis em 2023.
Segundo Politi, a taxa de juros real está muito elevada e deve sofrer uma acomodação. “A inflação já está se acomodando, por isso, a Selic também precisa cair”, afirma.
A dúvida está na velocidade com que esta acomodação dos juros acontecerá. Além disso, o mercado ficará atento ao governo Lula, eleito para 2023, e sobre o controle fiscal. Mesmo assim, o gestor do RECR11 se considera um otimista em relação ao mercado de fundos imobiliários no médio prazo.