VGIA11 lidera volume de negócios entre Fiagros em janeiro

VGIA11 teve volume de mais de R$ 6 milhões em negociações diárias em janeiro; mercado vê aumento de investidores.

VGIA11 lidera volume de negócios entre Fiagros em janeiro
Fiagro OIAG11 - Foto: Freepik

O fundo VGIA11 liderou o volume médio diário de negociações entre os Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindústriais) no mês de janeiro de 2024, de acordo com relatório mensal divulgado nesta quarta-feira (14) pela B3. Também nesta quarta, o fundo informou sua distribuição de dividendos para fevereiro, no valor de R$ 0,0875 por cota.

O volume médio de negociações foi de R$ 6.181.763; no intervalo de 12 meses desde janeiro de 2023, o Fiagro VGIA11 movimentou diariamente R$ 7,4 milhões, em média, o equivalente a 18,74% do mercado, que hoje conta com 36 fundos listados na bolsa brasileira.

Embora analistas tenham sinalizado uma preocupação com o desempenho dos Fiagros diante do risco de uma safra menor em 2024, que poderia ser consequência dos efeitos do fenômeno climático El Niño, o número de investidores da modalidade cresceu, chegando ao recorde de 494,4 mil, sendo 493.480 pessoas físicas – cerca de 22 mil se iniciaram no setor em janeiro, de acordo com os dados da B3.

O estoque, ou seja, a soma do valor de mercado de todos os fundos, ficou em R$ 11,2 bilhões, ante R$ 10,9 bilhões em dezembro. Já o volume total de negociações registrou uma leve queda: o total ficou em R$ 1,023 bilhão no primeiro mês de 2024, ante R$ 1,029 bilhão em dezembro de 2023.

O número de transações caiu de 82,7 milhões para 81,3 milhões. Com mais dias úteis em relação ao mês anterior, a queda no volume diário foi mais acentuada: de R$ 54,2 milhões, com 86,8 mil negociações, para R$ 46,5 milhões, em 69,3 mil transações.

O relatório da B3 também apontou os fundos que mais cresceram no mês em relação ao valor do mercado, ou seja, a diferença entre os preços de cotação no início e no fim do mês. Os números são os seguintes:

VGIA11 e o mercado: há risco nos Fiagros?

A aquisição de cotas de um Fiagro, como todo investimento do mercado de renda variável, não oferece garantia de rentabilidade. Os ganhos do investidor vêm das negociações no mercado secundário e também dos rendimentos oferecidos pelas aquisições do fundo, principalmente os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs).

As empresas emissoras captam recursos por meio dos títulos, para financiar suas operações, e oferecem juros aos compradores, geralmente a custo menor do que se buscassem empréstimos bancários. É o medo de inadimplência dessas operações, com o risco ampliado de queda na safra por causa do El Niño, que acendeu o sinal de alerta do mercado. Mas Maria Tereza Vendramini, especialista em estruturação e originação de crédito da AZ Quest e uma das responsáveis pela gestão do fundo AAZQ11, que aparece também entre os 10 mais negociados na lista anual, afirma que a saúde financeira dos fundos não pode ser considerada “em xeque”.

“Há muito barulho em relação aos devedores dos Fiagros. Há apenas situações pontuais em relação à inadimplência dos CRAs”, comentou a especialista. Segundo monitoramento da AZ Quest, apenas nove ativos apresentam potencial de risco, ou menos de 2,5% do patrimônio da indústria do Fiagro.

Os próximos meses, contudo, devem ser marcados por uma acomodação do mercado diante das novas regras do Conselho Monetário Nacional (CMN) que limitam os tipos de empresas que podem emitir CRAs, tornando a oferta mais restrita, na visão de analistas, e vantajosa para os emissores. “A demanda pela aquisição de CRAs irá continuar, mas o número de empresas ofertantes irá diminuir. Então as empresas tipicamente do agronegócio terão condições de negociar melhores taxas para a colocação dos seus papéis”, projeta Raphael Pires, sócio do Cândido Martins Advogados.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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