VINO11 simboliza a recuperação dos FIIs de lajes corporativas? Confira!
Os fundos de lajes corporativas, que investem em ativos do segmento de escritórios, estão na rota da recuperação econômica. Neste caso, especialistas do setor imobiliário afirmam que o modelo de trabalho híbrido, em que o trabalhador alterna o escritório com o home office está cada vez mais em alta. Veremos aqui o caso do Vinci Ofices (VINO11), que demonstra que o setor segue em recuperação, mas com desafios.
Desde o início da pandemia em 2020, o setor vem sofrendo, principalmente o segmento de lajes corporativas. Com o aumento do teletrabalho, muitas empresas incentivaram o home office, desocupando os escritórios até em regiões com alta concentração de lajes corporativas de qualidade.
De acordo com economista Samy Dana, “tudo indica que estamos vendo sinais de recuperação, pois muitos já voltaram a trabalhar presencialmente, ainda que não em força total”.
Na visão de Dana, essa movimentação de retorno aos escritórios, ainda que em formato híbrido, é um ponto positivo para o setor: “Segundo relatório da consultoria imobiliária Newmark, o ano 2021 terminou com o melhor resultado de locação desde 2017. Isso mostra que as atividades desses FIIs vêm retomado os índices pré-pandemia, o que significa que estamos num período de novas locações”, pontuou o economista.
Os números da recuperação do segmento de lajes corporativas
O levantamento citado acima por Dana, mostrou que em 2021, a absorção bruta dos escritórios em São Paulo chegou a 419 mil m², principalmente entre os meses de outubro a dezembro, quando o volume de locações foi de 168 mil m² – o melhor trimestre do ano.
Ou seja, no período de julho a setembro, a absorção bruta dos escritórios foi de 117 mil m², o que mostra, mais uma vez, a recuperação progressiva do setor. Enquanto isso, no quarto trimestre de 2020 – o valor era aproximadamente 1/3 menor, de 56 mil m².
Neste aspecto, Arthur Viera de Moraes, da Revista Exame, também acredita na recuperação dos FIIs de lajes corporativas. “A ocupação de escritórios cresce desde o último trimestre de 2021, reduzindo a vacância do setor. Já os contratos vigentes são reajustados pela inflação, de forma que os bons fundos tendem a entregar rendimentos ligeiramente maiores”, afirmou o especialista em FIIs.
VINO11: um FII em recuperação?
No início do mês de março, o fundo gerido pela Vinci Partners divulgou seu relatório gerencial. O VINO11 anunciou a sua distribuição de rendimentos no valor de R$ 0,34 por cota. Só em 2022, o fundo fechou os últimos meses distribuindo cerca de R$ 0,50 por cota de resultado acumulado.
Neste caso, o resultado do VINO11 em fevereiro foi de R$ 4,9 milhões, sendo que a receita proveniente dos imóveis totalizou R$ 7,48 milhões.
Embora o nível de alavancagem do fundo seja considerado elevado – com R$ 506,5 milhões em obrigações referentes a aquisições de imóveis a prazo – a gestora disse que o fundo reduziu o risco do VINO11.
Em conversa com o analista Marcos Baroni da Suno, Erica Souza, gestora do fundo, disse “a gestão trouxe uma operação que diminuiu o risco do fundo, migrando de um portfólio que tinha um 41% de contratos atípicos para um portfólio de 72% de contratos atípicos”.
Além disso, o fundo possui uma taxa de ocupação média de 95,8%, que está acima da média do mercado, que é de 73%. Ou seja, a vacância do fundo está em níveis bem baixos, demonstrando que o segmento de lajes segue forte.
Desta forma, o VINO11 representa, em partes, a recuperação do setor de lajes, uma vez que aumentou sua parcela de contratos atípicos e segue com baixa vacância. Mas o fundo tem o desafio de reduzir sua alavancagem.