Taxa Selic em alta: especialistas debatem os investimentos em FIIs

Taxa Selic em alta: especialistas debatem os investimentos em FIIs

O Banco Central (BC) através do Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou, nesta quarta-feira (16), a taxa selic de 10,75% ao ano para 11,75%. Esse foi o nono avanço consecutivo da taxa básica de juros, sendo o maior patamar da taxa desde fevereiro de 2017. Com a taxa selic em alta, muitos questionam se compensa tomar risco em renda variável. 

Além disso, muitos investidores de fundos de investimento imobiliário (FIIs) estão preocupados com o futuro da indústria de FIIs com a elevação da taxa selic. Diante de um crescimento progressivo dos juros reais, os investidores preferem tomar menos risco e investem em títulos atrelados ao CDI. 

Da mesma forma, a inflação também cresce em ritmo acelerado. No acumulado em 12 meses até fevereiro, a estimativa é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), prossiga em torno dos 10%. Deste modo, muitos investidores querem saber se a taxa selic em alta juntamente com o IPCA batendo as máximas pode afetar os investimentos em FIIs.

Dúvidas sobre investir em FIIs em contexto de taxa selic elevada e inflação alta

Para responder às dúvidas dos cotistas de FIIs, o analista da Suno, Marcos Baroni conversou com Marcos Correa e Vinícius Romano, sendo respectivamente, especialista em FIIs e analista de renda fixa da Suno. Esse debate ocorreu no canal do Youtube do analista em FIIs da Suno.

De acordo com Marcos Baroni, “toda vez que você entra em uma crise com uma estratégia bem definida através de uma  composição de investimentos bem feita, você consegue superar as adversidades”. Baroni ressaltou que “voltar a base e entender o que te trouxe ao mundo dos investimentos vai te preparar para as turbulências do mercado”. 

Em complemento à fala do professor Baroni, o analista Vinícius Romano, comentou que existe uma correlação entre os juros e os FIIs. Porém, Romano “muita gente compara a taxa selic com algum fundo imobiliário. Apesar de existir uma correlação inversa, essa relação é mais próxima entre a NTN-B (tesouro direto) do que a Selic”. 

Por isso, Baroni comentou mesmo com os prêmios dos títulos do tesouro em alta, existe um grande spread entre os FIIs e os títulos públicos, com uma performance melhor dos fundos imobiliários. Para Baroni, o mais importante é entender que hoje, não é possível saber o melhor momento para fazer a compra. “O melhor a fazer diversificar a carteira, e não tentar acertar qual o melhor investimento a fazer”, destacou o analista.  

Neste aspecto, Marcos Correa reforçou que “quando se tem um portfólio diversificado e não realiza essa migração 100% do portfólio quando o cenário muda, é possível direcionar onde investir na melhor oportunidade. Porém, essa oportunidade não invalida a escolha do momento anterior”. O especialista explicou que se um FII foi comprado há 2 anos atrás no contexto de pânico do mercado em virtude da pandemia, esse ativo não ficou ruim hoje porque a selic subiu. 

No fim da conversa entre os especialistas, todos concordaram que, de fato, o cenário inflacionário e as incertezas com o futuro realmente trazem preocupaçoes. Porém, mesmo com a taxa selic em alta, muitos FIIs – principalmente os fundos de recebíveis – estão pagando prêmios altíssimos, se beneficiando do aumento dos juros. Cabe ao investidor diversificar sua carteira para estar preparado para qualquer crise.

 

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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