Fundo Imobiliário toma atitude com Americanas e reduz problemas; entenda
O fundo imobiliário LVBI11 bateu de frente com a Americanas, que não pagou todo valor de aluguel de janeiro referente ao ativo Aratu. O fundo alugou outra área do imóvel ocupado pela empresa. Em relatório gerencial publicado nesta quarta-feira (1), a gestora explicou suas principais decisões em relação à varejista, incluindo uma ação de despejo.
O fundo imobiliário recebeu durante o mês de fevereiro o pagamento parcial do aluguel referente ao período de competência janeiro da Americanas S.A. Até o dia 13 de fevereiro, a empresa pagou uma parte do aluguel, o equivalente a R$ 0,03 por cota. Pelo contrato, valor de locação representa um montante de R$ 0,07 por cota.
Após esse episódio, a gestora encontrou uma forma de solucionar o problema, entrando com uma ação judicial de despejo e rescisão contratual no dia 24 de fevereiro.
Após esse fato, a Americanas pagou mais uma parte do aluguel, o equivalente a R$ 0,01 por cota. A VBI Real Estate afirma atuar para “minimizar, no curto prazo, os potencias impactos da mudança abrupta da condição da atual locatária”.
Novas locações do fundo imobiliário LVBI11
Para reduzir ao máximo aos impactos do “calote parcial” da Americanas, o fundo fechou dois novos contratos de locação. O primeiro deles é justamente em dois módulos que estavam vagos do Ativo Aratu, que agora estão locados para outra empresa de e-commerce. Assim, o “Ativo Aratu encontra-se 100% ocupado”, comenta a VBI Real Estate.
O LVBI11 também assinou outro contrato de locação com a empresa EALOG, referente ao Ativo Itapevi (1.761 m² de ABL).
Desta forma, ao final do mês de janeiro o fundo imobiliário possuía 1,2% de vacância, com áreas vagas no Ativo Itapevi e um do Ativo Extrema.
Os dividendos do LVBI11 referentes ao mês de fevereiro foram de R$ 0,72 por cota, uma redução de R$ 0,03 centavos em relação ao mês anterior. O dividend yield mensal é 0,76% com base na cotação de R$ 94,34.
Problemas da Americanas afetam fundos imobiliários
A Americanas enfrenta uma série de processos após o rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões. As estimativas do mercado é que a varejista tenha dívidas acima de R$ 40 bilhões com diversos credores, entre bancos, empresas e até fundos imobiliários.
Com o pedido de recuperação judicial aceito, os FIIs podem perder suas receitas de locação com o não pagamento dos aluguéis. A empresa varejista é inquilina de outros FIIs, como MAXR11, GGRC11, XPLG11, BRCO11e ANCR11.
Rodrigo Abbud, que é sócio fundador da VBI Real Estate, disse em entrevista que a Americanas não cumpriria o contrato com o fundo imobiliário LVBI11.
“Eles não vão pagar os aluguéis e será um cenário um pouco difícil para quem tem Americanas como inquilino”, disse Abbud.
O fundo imobiliário VBI LOG (LVBI11) tem como objetivo a obtenção de renda e ganho de capital por meio de, no mínimo, dois terços do seu patrimônio líquido investido em imóveis ou direitos reais sobre imóveis do segmento logístico ou industrial. Indiretamente, o fundo também investe em ações ou cotas de sociedades de propósito específico ou cotas de FIIs.