Por que investir em Fiagro mesmo com a Selic mais baixa?

Gestores comentam as razões para investir em Fiagro, mesmo com a Selic mais baixa

Por que investir em Fiagro mesmo com a Selic mais baixa?

Os resultados dos fundos do tipo Fiagro desde sua criação, em 2021, vêm com rendimentos acima do CDI. Com a expectativa do mercado em novas reduções da taxa Selic, atualmente em 13,25%, investir em Fiagro ainda valerá a pena? Como a maioria dos fundos possuem ativos indexados ao CDI, a queda da Selic pode afetar os ganhos do Fiagro?

De fato, até mesmo as gestoras de Fiagro esperam a queda nos seus rendimentos, ainda que nominalmente. A gestão do CRAA11, disse em relatório gerencial, que seus rendimentos devem ser afetados em R$ 0,04. Na estimativa, a queda da taxa Selic em 0,50% a.a., “deve reduzir a rentabilidade mensal em aproximadamente R$ 0,04/cota”, destaca.

Nesta linha, o fundo espera que a distribuição do próximo mês seja igual da mesma ordem de grandeza dos rendimentos deste mês”.

Até então, o CRAA11 vinha pagando entre R$ 1,50 a 1,70 por cota, sendo o último rendimento anunciado, para agosto, de R$ 1,25. E a gestora já avisou que manterá, por hora, esse patamar menor.

Porém, os fundos continuarão com retornos atrativos e com oportunidades de investimentos. Inclusive, Idalício Silva, gestor do AAZQ11, lembra que é possível encontrar fiagros pagando rendimentos mensais entre 1% a 1,5% ao mês.

O Fiagro continua com bom risco x retorno

Porém, “nem tudo está perdido”. O BTG Pactual, gestora do BTAG11, afirma que a relação risco x retorno dos fiagros continuará, mesmo com a Selic mais baixa.

A gestora vê que estamos em uma janela de oportunidades, com a aquisição do fundo a preços atrativos, abaixo de sua cota patrimonial. Ou seja, mesmo que seja necessário acompanhar o cenário macroeconômico, investidor precisa olhar para as características de cada setor do agronegócio.

Nesta mesma linha, a gestão do FAAG11 analisa que, mais importante que olhar para os juros, é ver a resiliência das cadeias do agronegócio.

“O agro é contracíclico, e, portanto, o fundo pode ser um porto seguro para a volatilidade dos outros mercados”, comenta a gestão em relatório gerencial.

Além disso, mesmo com o CDI menor, os fundos possuem “prêmios” acima desse indexador, com isenção de imposto de renda e ativos de qualidade, ressalta o fundo.

Oportunidades com Selic mais baixa

Neste sentido, a Selic em patamares menores também oferece oportunidade. A gestão do FAAG11 ressalta que o cenário de crédito fica mais favorável aos fundos com os juros mais baixos, favorecendo a estruturação e originação de novos ativos.

Em outras palavras, os fundos possuem estratégias específicas para “driblar” a queda dos juros e continuar gerando valor aos seus investidores.

Em relação aos fundos que investem em crédito, Idalício Silva, do AAZQ11, comenta existe a possibilidade valorização dos ativos, com a diminuição do spread. “Isso ajuda na melhora do custo de financiamento da empresa e valorização da carteira”, explica o gestor.

O responsável pelo AAZQ11 também explica o fundo possui uma estratégia para gerar valor ao cotista, por meio dos kickers de performance. “Quando as empresas adquirem o crédito, elas atingem níveis de crescimento mais elevados”. Assim, o fundo consegue capturar prêmios maiores.

Na visão do gestor, com a valorização dos ativos e com os kickers de performance, o Fiagro pode manter ou até mesmo entregar mais retorno ao investidor, mesmo com os juros estiverem menores.

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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