SNCI11: analista explica impacto da Selic e vê fundo imobiliário com carteira robusta

SNCI11: analista explica impacto da Selic e vê  fundo imobiliário com carteira robusta
SNCI11. Foto: Pixabay

O SNCI11, fundo imobiliário de recebíveis da Suno Asset, enfrentou uma desvalorização no preço das cotas nos últimos meses, reflexo do aumento das taxas de juros e da reprecificação de títulos governamentais. Em live no canal da Suno Asset, Bruno Zocchi, analista de investimentos da gestora, afirma que o cenário atual tem pressionado tanto o mercado de fundos imobiliário, levando os preços das cotas a patamares baixos.

“Atualmente, uma aplicação no Tesouro Direto, uma NTN-B de 10 anos, está pagando algo como IPCA +7%, IPCA +7,1%. Essas expectativas fazem com que os ativos ditos livres de risco rentabilizem mais e, consequentemente, para manter o spread, os preços dos fundos imobiliários tendem a cair”, explica Zocchi.

O SNCI11 fechou novembro com cotas negociadas a R$ 87,00, mas, atualmente, estão sendo comercializadas entre R$ 78,00 e R$ 79,00. Esse movimento levou a relação preço sobre valor patrimonial (P/VP) do fundo a um patamar histórico de 0,9x, o mais baixo desde o início de suas operações. “Houve uma queda generalizada no valor dos fundos, reflexo direto das expectativas relacionadas à curva de juros e à precificação dos títulos governamentais”, ressalta o analista.

Apesar do cenário, o SNCI11 conseguiu manter um spread significativo em suas operações, próximo de 3,5% ao ano acima dos títulos públicos, mesmo considerando o impacto do imposto de renda. “Nosso fundo historicamente apresentou um spread considerável, o que mostra a resiliência do modelo de negócios”, comenta Zocchi.

Entretanto, o spread no último mês sofreu uma leve compressão devido à combinação entre a desalavancagem do fundo – que reduziu seu endividamento em 2% – e o movimento de abertura das curvas de juros.

Fundo imobiliário SNCI11 tem ‘carteira diversificada’, afirma analista

O fundo imobiliário SNCI11 tem aproximadamente 85% de seu portfólio alocado em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e 15% em operações com outros fundos imobiliários que também investem majoritariamente em CRIs.

Diferentemente de fundos que possuem imóveis diretamente, o SNCI11 concentra-se em títulos de crédito. “Não estamos falando de devedores que pagam aluguel, mas de obrigações financeiras associadas a projetos como construção de galpões, incorporações verticais ou usinas de geração distribuída”, cita o analista.

Com a alta da Selic e a possível pressão nos custos financeiros dos devedores, a gestão do SNCI11 tem redobrado a atenção. “Estamos monitorando de perto operações que possam apresentar maior risco de crédito, seja por margens reduzidas ou pela exposição às variações da curva de juros. Nosso objetivo é repactuar problemas antes que se tornem graves”, afirma Zocchi. Atualmente, a concentração por operação no portfólio é de cerca de 3%, garantindo diversificação e solidez.

No geral, o SNCI11 apresenta uma rentabilidade nominal esperada de 15,87% ao ano, considerando os ativos em carteira e as condições atuais de mercado.

Últimos dividendos do SNCI11

Na sexta-feira retrasada (13), o fundo imobiliário SNCI11 divulgou um novo pagamento de dividendos para seus investidores, que será realizado no próximo dia 23 de dezembro de 2024.

O valor dos dividendos do SNCI11 será de R$ 1,00 por cota, e para ter direito a esse pagamento, os investidores devem ter suas cotas do fundo registradas até o fechamento do pregão de hoje, 13 de dezembro.

Os rendimentos do SNCI11 correspondem a um dividend yield (DY) mensal de 1,14%, o que, considerando a cotação de R$ 87,40 ao final de novembro, resulta em um retorno anualizado de 14,62%.

Cotação SNCI11

Gráfico gerado em: 20/12/2024
1 Ano

Veja a live do fundo imobiliário

Apesar das volatilidades, Zocchi vem ressaltando que não há sinais de deterioração de crédito ou mudanças no direcionamento do fundo imobiliário SNCI11. “Temos uma carteira resiliente, com 37 CRIs e 4 FIIs, e mantivemos a distribuição de R$1,00, sustentada pelo yield atual da carteira, que está na casa dos 15,7% ao ano”, diz.

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foto: Vinícius Alves
Vinícius Alves
Jornalista

Jornalista formado na Faculdade Cásper Líbero. Com passagens pela Agência Estado e Editora Globo.

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