FIIs de escritórios: Berrini e Chucri Zaidan puxarão absorção em SP, diz consultoria

FIIs de lajes corporativas devem ter movimentação forte em regiões com preços mais baixos e maior vacância, projeta consultoria.

FIIs de escritórios: Berrini e Chucri Zaidan puxarão absorção em SP, diz consultoria
Mercado deve ter aumento na demanda em 2025 - Foto: iStock

O mercado de FIIs de escritórios (lajes corporativas) deve ser movimentado ao longo de 2025 por uma absorção maior de imóveis nas chamadas zonas descentralizadas, com destaque para as regiões das avenidas Luis Carlos Berrini e Chucri Zaidan. A análise é da consultoria Binswanger Brazil, que vê dois motivos para esse cenário: a diferença de preço e a maior disponibilidade de espaço.

Em média, a diferença dos valores pedidos chega a 232% entre as áreas centralizadas, na qual se incluem a Faria Lima, principal região para o mercado na capital paulista, e as descentralizadas. Os preços médios respectivos pedidos por metro quadrado na Berrini e na Chucri Zaidan são de R$ 82,26 e R$ 97,65, bem abaixo do que o valor médio da zona centralizada, de R$ 179,25.

Quanto à vacância, considerando apenas os empreendimentos comerciais dos perfis A+ e A, Berrini e Chucri Zaidan têm taxas de vacância de 15,8% e 34,2%, respectivamente, conforme levantamento da Binswanger. Já a disponibilidade média nas zonas centralizadas, que incluem também a Vila Olímpia, o Itaim Bibi e o bairro de Pinheiros, é de 12,7%. 

No entendimento da consultoria, à medida que a ocupação da Berrini e da Chucri Zaidan ocorrer, a tendência é que o cenário fique mais favorável aos proprietários, possibilitando a redução de concessões que vêm sendo feitas em busca de novos ocupantes. Entre elas estão descontos em relação aos preços pedidos e prazos de carência para início do pagamento.

O aumento dessa demanda deve ser puxado pela mudança das políticas de flexibilização oferecidas por empresas principalmente com o início da pandemia de covid-19, em 2020. Com a volta ao formato 100% presencial, muitas companhias precisarão de mais espaço, pois os atuais foram pensados para um modelo híbrido, com funcionários em home office durante parte da semana.

“As regiões prime permanecem com boas perspectivas de valorização e redução da vacância, enquanto as regiões secundárias tendem a se beneficiar do movimento impulsionado por empresas que buscam redução de despesas ou acomodar parte da força de trabalho que começa a retornar ao trabalho presencial”, diz o BTG Pactual em relatório recente sobre os FIIs de lajes corporativas.

FIIs de lajes corporativas: mercado pode ver crescimento

Na Berrini, a absorção líquida em 2024 somou 29.780,56 metros quadrados, e o estoque futuro previsto é de 10 mil metros quadrados, incluindo prédios A e A+. As maiores locatárias dos edifícios comerciais da avenida são empresas de TI, telecomunicações, do setor financeiro, da indústria, de serviços, comércio e varejo, com destaque para os inquilinos Vivo, Via Varejo, Banco Original, WeWork e Zurich Company.

Na Chucri Zaidan, houve absorção líquida de 67.708,87 metros quadrados em 2024, e existem 90.894,54 metros quadrados de projetos em desenvolvimento, todos com padrão A+. O índice significa a diferença positiva entre novas locações e as entregas realizadas por locatários.

Os principais setores que alugam espaços na Chucri Zaidan são indústria, TI, telecomunicações, serviços e saúde, e os maiores inquilinos, Grupo América Movil, Vivo, Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, WeWork e Enel. A Globo também está instalada ali, em prédio de propriedade do fundo imobiliário VINO11.

Na prática, a Luis Carlos Berrini e a Chucri Zaidan são a mesma via, separadas no cruzamento com a avenida Jornalista Roberto Marinho. Elas fluem paralelamente à Marginal do rio Pinheiros, ali chamada de Avenida das Nações Unidas. Vários dos imóveis dessa região são de propriedade parcial ou total de diferentes FIIs.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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