Fundos imobiliários: como queda na inflação pode impactar dividendos?

Investidores em fundos imobiliários devem ficar atentos à correlação entre o IPCA e os posicionamentos do mercado financeiro. Após semanas de estabilidade, o mercado recuperou tração nos últimos dias, com três altas seguidas do IFIX, em um contexto de queda da inflação oficial do país, refletida pelo IPCA-15 de agosto, que apresentou uma deflação de […]

Fundos imobiliários: como queda na inflação pode impactar dividendos?
Fundos imobiliários: mercado recuperou tração nos últimos dias - Foto: Freepik

Investidores em fundos imobiliários devem ficar atentos à correlação entre o IPCA e os posicionamentos do mercado financeiro. Após semanas de estabilidade, o mercado recuperou tração nos últimos dias, com três altas seguidas do IFIX, em um contexto de queda da inflação oficial do país, refletida pelo IPCA-15 de agosto, que apresentou uma deflação de 0,14%.

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O IPCA é uma das referências mais utilizadas pelos fundos imobiliários, especialmente na precificação de instrumentos financeiros atrelados à inflação, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Esses títulos, adquiridos por FIIs de papel, podem estar vinculados a índices de preços ou ao CDI, cuja variação acompanha a taxa Selic. Assim, a flutuação do IPCA influencia diretamente a receita dos fundos, embora com um atraso de 30 a 60 dias, dependendo do regime de caixa de cada fundo.

A melhora recente nas expectativas inflacionárias levou algumas gestoras a manter seus guidances de dividendos, como a Suno Asset com o fundo SNCI11, que mantém uma distribuição estável de R$ 1,00 por cota ao mês. Essa estabilidade ocorre mesmo em cenários de inflação menos controlada, demonstrando uma estratégia de preservação de reservas em meses de maior volatilidade.

Relação de longo prazo entre inflação e fundos imobiliários

A correlação entre o mercado de fundos imobiliários e a inflação no longo prazo ficou evidente na trajetória do IFIX ao longo de 2023 e início de 2024. No primeiro semestre do ano passado, quando a inflação se aproximou de 6%, o índice de FIIs atingiu recordes históricos, mas passou por forte ajustamento após a percepção de aumento nos juros pelo Banco Central.

Desde então, o cenário de juros elevados levou o IFIX a registrar queda de 5,89% em 2024, apesar de uma recuperação parcial neste ano. O fator principal dessa trajetória é a expectativa de reduzir a Selic a partir de janeiro, em um cenário de inflação mais controlada.

Repercussões para o investidor

Para o investidor de fundos imobiliários, entender essa dinâmica é essencial. As expectativas de inflação mais baixas tendem a fortalecer o mercado de FIIs, sobretudo aqueles que buscam estabilidade de dividendos e valorização de ativos de longo prazo. Além disso, a variação do IPCA influencia diretamente as receitas de FIIs que possuem papéis atrelados ao índice, além de impactar reajustes de aluguéis e contratos de aluguel feitos com índices de inflação, como o IGP-M.

O mercado mostra sinais de recuperação diante de um cenário econômico mais estável e com perspectivas de redução da taxa básica de juros. Investidores devem acompanhar de perto esses indicadores econômicos, já que eles influenciam significativamente as decisões de investimentos em fundos imobiliários e demais ativos de renda variável.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado em Jornalismo pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com 25 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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